Foi anunciado oficialmente no Mobile World Congress deste ano em Barcelona e foi agora submetido à apreciação do TeK para confirmação daquilo que foi bastante “publicitado” pelos responsáveis da marca aquando da apresentação oficial, há algumas semanas: o Wiko Ufeel é um smartphone que faz tudo o que fazem os topos de gama, mas sem ser necessário pagar tanto, pois o preço livre de operador para este modelo é de apenas 199,99 euros. Há pontos em que efetivamente isto acontece, noutros nem por isso…

E um dos pontos que equipare o Wiko Ufeel aos “maiores” do mercado é o facto de estar integrado um leitor de impressões digitais, que é também o botão Home, por assim dizer, o único comando físico presente na fronte do smartphone, sendo que a restante superfície é preenchida pelo ecrã tátil de 5 polegadas, de que falaremos mais à frente.

E, de facto, não nos podemos queixar do desempenho do sensor de impressões digitais, nem tão pouco do método através do qual é possível definir que dedo controla o sistema. Aliás, aqui o Ufeel até inova um pouco face à concorrência, pois permite associar cinco impressões digitais distintas para acesso ao Android 6.0 instalado no terminal

Mais do que isso, é possível atribuir a cada uma das cinco impressões digitais uma “ordem” em particular, o que se mostra fantástico no normal uso do smartphone no dia a dia. Passamos a explicar: imagine que regista no uFeel cada uma das impressões digitais de ambos os polegares e indicadores, mão esquerda e direita. Além de ser possível desbloquear o terminal com esses dedos, pode ainda associar a cada impressão digital um “atalho” ou uma ação para a funcionalidade ou app que desejar.

Ou seja, pode com o indicador direito abrir diretamente o Facebook, com o esquerdo ir imediatamente para o seu e-mail; tal como pode atribuir ao polegar esquerdo a entrada direta nas definições, ou no direito o acesso à câmara. Muito prático, intuitivo, fácil de configurar e eficaz. O desbloqueio por esta via dá-se em menos de meio segundo e nunca nos pediu para repetir o processo (exceto quando temos os dedos molhados, por exemplo). Como diz a Wiko, esta é uma boa forma “de dar uso aos dedos”. Concordamos plenamente e ficamos fãs confessos. Resulta.

Design “arredondado”?

O que resulta um pouco menos é o design, que, ainda assim, até surpreende tendo em conta o preço (a referência ao preço é algo a que fazemos referência bastantes vezes ao longo do artigo, inevitavelmente…). As arestas são arredondadas e em metal, o que dá sensação de robustez ao Ufeel, mas a parte traseira “rouba-lhe” um pouco dessa virtude, pois é composta de plástico e parece demasiado frágil perante eventuais quedas e “apertões” dentro da mochila ou no bolso das jeans.

A versão que nos foi fornecida para testes foi a creme, estando disponíveis ainda as cores Cinza Espacial  e Chocolate, igualmente elegantes, leves (145 gramas) e finas, com 8,55 mm de espessura (70,7 x 143 x 8,55 mm nas medidas gerais). Neste campo não há surpresas, pois vários são os smartphones que conhecemos que se apresentam de um modo mais atrativo no que ao design diz respeito, havendo até outros mais slim e funcionais no manuseamento (apesar de serem quase todos mais caros).  

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Isto quer dizer que, nos capítulos do design e construção, percebe-se bem porque o uFeel consegue ser mais barato que os da sua gama (mesmo sabendo-se que não se trata do “melhor” smartphone da Wiko, obviamente). Mas mostra-se razoável e deixará sarisfeita a maioria dos utilizadores que procuram um bom smartphone Android até 200 euros, disso não temos dúvidas. O feeling nas mãos é positivo, o polegar chega bem a toda a superfície do ecrã sem desiquilibrar e, de uma forma geral, quem olha de relance fica claramente com a sensação de que o Ufeel transmite valor pela sua aparência.

Ecrã protegido, baixa resolução  

O ecrã de 5 polegadas e protegido pela tecnologia 2.5D anti-riscos e golpes porta-se bastante bem na generalidade das situações, ajustando bem a luminosidade em função do meio ambiente e combinando perfeitamente com o design do equipamento graças à ligeira curvatura, que em tudo facilita a utilizçaão tátil e a visualização e “exploração” de todos os conteúdos multimédia.

Só é pena que a resolução do mesmo seja de apenas 1.280 x 720 (294 ppp), quando vemos muitos outros terminais apresentar a norma Full HD, no mínimo, e bater assim aos pontos este modelo. Achamos que não teria sido difícil à fabricante melhorar um pouco o Ufeel neste aspeto, algo que faria toda a diferença em jogos, vídeos em alta resolução e na captação de fotografias, por exemplo.

Por outro lado, e por falar nisso, tudo o que está relacionado com as câmaras do uFeel nos parece bem, apesar de não conseguir rivalizar com os modelos topo de gama, ainda assim (também não seria suposto, já que se trata aqui de um patamar “abaixo”). A câmara traseira de 13 MP dá origem a registo em bom plano, tanto nas fotos como nos vídeos Full HD), “culpa” do sensor Sony IMX258 e dos vários modos e funcionalidades que a Wiko UI adiciona neste caso ao que o Android consegue fazer na área da captação de conteúdos multimédia.

O modo Profissional, por exemplo, é bastante interessante para os utilizadores mais interessados em fotografia, ao passo que outros “trunfos” como o modo HDR e Dual View mostram-se divertidos e possíveis de utilizar constantemente.

 

Depois, como é normal em muitos terminais do segmento, é certo que os resultados em espaços interiores não se podem comparar aos que captamos com luz farta e na rua, tanto ao nível do contraste como da saturação de cores. Mesmo com o flash a dar apoio, a luz (ou falta dela) irá influenciar bastante a qualidade das imagens obtidas. A câmara frontal de 5 MP, por sua vez, não compromete e até goza da ajuda de flash, também.

Desempenho “quente”

Mais uma vez chamamos à questão o fator preço e o que é possível ter pagando menos de 200 euros: tendo em conta esse “pormenor”, o Wiko uFeel garante uma performance ligeiramente acima da média no segmento em causa. Há um interior um processador MediaTek MTK6735 quad-core a 1,3 GHz, bem como 3 GB de memória RAM (e este é um ponto efetivamente raro em equipamentos móveis neste intervalo de preço). Vai notar em muitos jogos Android e a ver vídeos no YouTube que o desempenho não é problema, pelo menos enquanto não se sobrecarrega o uso a este nível.

O que acontece muitas vezes é notarmos um ligeiro aquecimento excessivo da estrutura do uFeel quando a jogar ao longo de vários minutos, atividades que exigem igualmente bastante da bateria de 2.500 mAh. Nessas situações mais exigentes nota-se que a autonomia do terminal baixa para cerca de um dia, eventualmente, quando numa utilização corrente e normal ultrapassa os dois dias sem ter de voltar à carga.

Bom exemplo entre os seus pares

Entre o portfólio da Wiko, o Ufeel é estrela e não só no seu segmento, pois é capaz de “envergonhar” alguns colegas mais caros e até alguns concorrentes neste grupo de preços. Aliás, este é o grande ponto forte de um smartphone bem equipado, dono de um aspeto elegante e atrativo (apesar de a construção poder ter sido mais beneficiada), e presenteado com um sensor de impressões digitais dos mais funcionais que já vimos. E a desempenhar o seu papel de forma irrepreensível.

Lamentamos também os escassos 16 GB de memória interna, o que é claramente pouco para os dias que correm e para o ritmo a que armazenamos fotos, vídeos e outros documentos vitais para a nossa vida pessoal e profissional. Pode expandir esta “medida” com cartões microSD de até 64 GB, mas mesmo assim parece-nos uma marca inferior ao que precisamos, talvez. Depende de cada utilizador, este fator pode até nem causar transtorno aos que nem são muitos amantes do multimédia.

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De resto, o Wiko Ufeel apresenta-se “em boa forma”: é dual-SIM, tem GPS, as câmaras portam-se bem e, apesar de o design e construção estarem apenas num plano médio, acaba por estar bem acima daquilo que normalmente 200 euros permitem ter num smartphone Android. Ainda para mais num que garante velocidade e “à-vontade” para lidar com contéudos multimédia e jogos, dentro das limitaçõs trazidas pelo hardware selecionado, obviamente.

E continuamos a “bater na tecla” do sensor de impressões digitais: além de ser algo que fica muito bem num modelo a este preço, o que não é de todo frequente, confessemos, há inovação, fazendo com que cada uma das cinco impressões digitais registadas permitam executar direta e automaticamente cinco ações diferentes. Uma para ligar à namorada, uma para o Facebook e outra para o Instagram, outra para ir às mensagens e ainda outra para fazer vídeo e fotografia imediatamente. Parece-lhe bem? Nós gostamos.