A febre começou com o Raspberry Pi, o minicomputador de 35 dólares criado a pensar nos estudantes que precisavam de um computador barato. Mas o conceito rapidamente começou a ganhar adeptos entre a comunidade Linux e o pequeno módulo, composto por um processador e pouco mais, não chega para as encomendas.

À boleia deste foram ganhando espaço - e projeção - algumas alternativas ao projeto iniciado em 2006 por um programador britânico, que então criava as bases do computador de baixo custo do qual muito se iria falar um ano depois. Exemplo disso é a menção ao projeto, por parte do presidente da Google, numa intervenção esta semana a propósito de um programa educativo inglês.

Hoje aproveitamos para apresentar este e outros projetos de minicomputadores, numa altura em que a adoção do conceito parece estar a ganhar um certo "fôlego". Crise, procura de alternativas à mobilidade como tradicionalmente a entendemos ou simplesmente interesse pelo que é diferente? Aceitam-se sugestões.

Uma vez que já demos início à conversa, começamos por fornecer mais alguns detalhes sobre o Raspberry Pi, apresentado oficialmente em dezembro de 2011, mas cuja ideia remonta a 2006, altura em que o responsável procurava criar um computador pequeno e barato, que estivesse ao alcance dos bolsos dos estudantes e mudasse a forma como estes se relacionam com as máquinas e com a programação.

O resultado foi um micro-computador - 85,60mm x 53,98mm x 17mm e 45 gramas de peso -, que se liga a uma televisão (ou monitor) e a um teclado e pode ser usado para muitas das tradicionais funções de um PC, como o processamento de texto, criação de folhas de cálculo ou para jogar. Além disso, suporta reprodução de vídeo em alta definição.

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O equipamento de tamanho semelhante ao de um cartão de crédito, corre Linux e está disponível em duas versões, A e B. A primeira é comercializada por 25 dólares e vem equipada com um processador ARM11 de 700 MHz, memória RAM de 128 MB, portas USB, saídas de áudio e vídeo, HDMI, e entrada para cartões SD.

O modelo B custa mais 10 dólares, mas conta com o dobro da memória RAM (256MB), porta Ethernet. Ambas estão atualmente esgotadas, mas há acordos com fabricantes para repor o stock. Um mapa no blog do projeto permite ir registando e acompanhando a forma como os primeiros equipamentos comercializados se distribuem pelo globo…

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Há também planos para disponibilizar módulos que acrescentam funcionalidades ao equipamento, como um que disponibiliza uma câmara de 14 megapixéis, por 35 dólares, que deverá ficar disponível lá mais para o final do ano.

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Uma das alternativas a este modelo é a apresentada esta semana pela VIA Technologies. O modelo em questão chama-se APC 8750 e corre o sistema operativo móvel Android, na versão 2.3.

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Este "micro PC" custa 49 dólares e vem equipado com um processador ARM 11 VIA WonderMedia, 512 MB de RAM (DDR3), uma placa Neo-ITX (compatível com caixas Mini-ITX e micro-ATX), 2 GB de memória Flash, 4 portas USB 2.0, entrada para cartões microSD e saídas VGA e HDMI, bem como entradas e saídas de áudio.

O equipamento, que - tal como o Raspberry Pi - se apresenta apenas na forma de uma placa, sem "caixa", fica disponível para venda a partir de julho. As pré-reservas podem ser feitas no site do projeto.

Menos em conta será a proposta da fabricante chinesa que assina a produção do MK802, um microcomputador com um aspeto semelhante ao de uma pen USB, equipado com processador ARM Cortex A8 (1,5 GHz), 512 MB de RAM, memória Flash de 4 GB e a versão 4.0 do Android - que pode ser substituída por uma qualquer distribuição de Linux.

O equipamento, que conta também com entrada microSD e suporte para ligação Wi-Fi, assegura a reprodução de vídeo a 1080p, da qual é possível tirar partido com recurso à ligação HDMI incluída.

A pequena grande máquina pode ser encomendada online por 74 dólares - assim que seja reposto o stock, que entretanto também esgotou.

Também com Android 4.0 - e suporte para outra distribuição de Linux ou para Windows e Mac (através de virtualização) - está ainda disponível o Cotton Candy, da FXI Technologies, que segundo os meios especializados oferece mais garantias no que diz respeito à qualidade do hardware.

O processador ARM Cortex A9 incluído é dual-core (a 1,2 GHz) e o computador em forma de pen USB pode, por exemplo, ser diretamente ligado a uma porta HDMI, enquanto o MK802 exige um cabo para o efeito.

A nível gráfico é possível contar com um GPU quad-core ARM Mali-400MP. A memória RAM é de 1 GB e o armazenamento de dados é assegurado por cartões microSD até 64 GB.

O equipamento de 21 gramas também será comercializado online, por 199 dólares, mas atualmente as pré-reservas encontram-se indisponíveis devido "ao inesperado volume de pedidos", lê-se no site do projeto - onde a empresa promete começar a enviar as primeiras unidades para a Escandinávia durante este mês, alargando a distribuição às restantes regiões durante o verão.

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Estas são algumas das propostas recentes que encontrámos. A quem conheça outras e esteja disposto a partilhar, deixamos escancarada a "porta" da caixa de comentários abaixo...

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes