Não é nova a notícia de que existem aplicações a monitorizar indevidamente a atividade de crianças, mas um novo estudo demonstra que o número de apps que aplica este tipo de práticas pode ser bastante mais elevado do que se pensava. De acordo com um grupo de investigadores, que correu um teste automático na Play Store, existem cerca de 3.337 aplicações orientadas para um público familiar ou infantil que recolhem dados de crianças.
Das 5.855 aplicações incluídas na análise, 281 delas mostraram recolher contactos e localizações sem necessitar de uma autorização prévia dos encarregados de educação; 1.100 evidenciaram partilhar dados recolhidos, de forma consistente, com terceiras partes (anunciantes, empresas); e 2.281 apresentam políticas de utilização que, de acordo com os responsáveis pelo estudo, aparentam violar os termos de responsabilidade da Google.
Apesar de colocarem os utilizadores em risco, as práticas são desenhadas de forma irresponsável, uma vez que esta partilha de dados é feita sem as medidas de segurança adequadas em 40% das vezes.
Os investigadores afirmam que as aplicações visadas não estão a demonstrar "responsabilidade legal", mas acrescentam que apesar de estes programas estarem a operar à margem da lei, cabe à Federal Trade Commission (autoridade norte-americana para a proteção dos consumidores) atuar sobre estes casos.
A investigação, levada a cabo por um grupo liderado por Irwin Reyes, foi conduzida para aferir a conformidade de algumas aplicações com a COPPA (Children's Online Privacy Protection Act), uma lei norte-americana implementada no ano de 2000, para garantir a proteção legal da privacidade e segurança dos internautas menores de idade.
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