"Já acontece em múltiplos países a Uber incluir os táxis na sua plataforma, como no Reino Unido e em algumas cidades dos Estados Unidos. A partir do momento em que existe uma base de entendimento e um conjunto de pressupostos que nos permitem garantir que os serviços prestados são bons para os utilizadores, não há razão nenhuma para não o fazermos".

A declaração é de Rui Bento, diretor-geral da empresa em Portugal, que falou no tema durante uma entrevista à agência Lusa, onde acrescentou: “Estamos totalmente abertos para falar sobre o assunto”. 

Se houver um entendimento com os taxistas, que na última semana têm organizado várias ações de protesto contra o serviço de transporte privado de passageiros, passará a ser possível usar a aplicação da Uber para chamar um táxi no Porto e em Lisboa.  

Na entrevista à Lusa, Rui Bento sublinhou que a Uber tem trabalhado com táxis de letra A e T que hoje já podem prestar serviços através da plataforma e lembrou que “a tecnologia pode e deve ser uma oportunidade para o sector se modernizar e melhorar como um todo".

Para esta sexta-feira está marcado mais um protesto dos taxistas contra a Uber. É uma marcha lenta que deverá juntar milhares de taxistas e transformar várias artérias da capital num caos. 

As associações que representam os taxistas exigem que os motoristas ao serviço da Uber sejam sujeitos às mesmas regras para andar na estrada e com esse objetivo têm pressionado os Governos e também recorreram aos tribunais.

Está aliás em vigor uma providência cautelar que bloqueou o funcionamento da aplicação em Portugal, mas continua a ser possível usar o serviço. A Uber continua a assegurar que os seus motoristas são licenciados e cumprem os requisitos legais para o transporte de passageiros, nomeadamente no que se refere à existência de seguros.