A autoridade norte-americana responsável pelo controlo de qualidade dos alimentos e de produtos farmacológicos (FDA) publicou um conjunto de novas regras que devem ser cumpridas pelos fabricantes de equipamentos médicos para se garantir a segurança dos pacientes.

A evolução e disseminação da conectividade não se limitam ao mundo dos smartphones, dos wearables e da condução autónoma. Muitas tecnologias utilizadas hoje em tratamentos clínicos encontram-se ligadas entre si ou a outros equipamentos e sistemas.

Apesar dos benefícios inegáveis que esta crescente intercomunicação traz, tanto para os profissionais destas áreas como para os próprios pacientes, não se pode desvirtuar um facto incontornável: quanto mais conectado é um equipamento e quanto mais estiver integrado numa rede de dispositivos, maior é a probabilidade de ser afetado por ataques informáticos.

Avança o The Verge que o hacking de equipamentos médicos pode, em última instância, colocar a vida do paciente em risco, tendo em conta que, por exemplo, a dosagem de uma bomba de insulina pode ser adulterada ou o ritmo de um pacemaker alterado.

Num documento de 30 páginas, que tem sido trabalhado ao longo de mais de um ano, a FDA incita os fabricantes de tecnologias médicas a adotarem planos de monitorização constantes dos seus equipamentos, bem como a manterem atualizados dos programas que “alimentam” as máquinas.

Contudo, e de acordo com o mesmo site, o parecer do regulador norte-americano não tem qualquer poder vinculativo, pelo que, assim, as medidas apontadas não passam de meras sugestões, sem poder executivo.

No blogue oficial da FDA, Suzanne B. Schwartz afirma que as redes informáticas dos hospitais são constantemente alvos de tentativas de ataque, o que representa um real e séria ameaça à segurança do paciente.

“E à medida que os hackers se tornam mais sofisticados, estes riscos de cibersegurança vão evoluir”, sublinha a responsável pela área de Ciência e Parcerias Estratégicas na autoridade reguladora.

Schwartz destaca também a importância de uma colaboração mais próxima entre especialistas em segurança informática e fabricantes de equipamentos médicos.