De acordo com Ben Popper, jornalista do The Verge, a Apple está, há vários meses, a contratar vários colaboradores especializados em carregamentos sem fios.
Já este ano, a empresa da maçã contratou à uBeam dois engenheiros especializados em tecnologia ultrassónica e carregamentos wireless. A startup, que nos últimos anos conseguiu gerar alguma atenção sobre si graças à proposta inovadora de carregamentos à distância, tem perdido alguns funcionários. Mais recentemente, um ex-colaborador questionou o funcionamento da tecnologia da uBeam. No seu blog pessoal, escreveu que as demonstrações públicas têm sido evitadas para não comprometer as promessas feitas pela CEO, Meredith Perry. De acordo com o ex-funcionário, a tecnologia não funciona como prometido.

Em 2011, quando foi fundada, a empresa prometia revolucionar os carregamentos móveis; os aparelhos que estavam a desenvolver, não só iriam conseguir carregar telefones sem recorrer a fios, como o iriam conseguir fazer sem a utilização das tradicionais docas de indução. A tecnologia apenas exigia a presença de um hub de onde iriam emanar ondas ultrassónicas de bateria que, mesmo à distância, seriam capazes de carregar todos os smartphones presentes na sala sem exigir que permanecessem fixos.

Embora a Apple apenas agora esteja a pensar em introduzir o carregamento wireless nos seus telemóveis, os rumores que se têm gerado em torno desta funcionalidade, fazem prever uma possível inovação face aos métodos já existentes. De acordo com a Bloomberg, o carregamento wireless só deve chegar ao iPhone em 2017, no entanto, a contratação de especialistas nesta área, e, especificamente de engenheiros que colaboraram com uma empresa que prometia inovar este segmento de mercado, pode significar a criação de uma tecnologia de carregamento sem fios que funcione à distância capaz de revolucionar o mercado.

No passado, a empresa já havia registado algumas patentes neste sentido. Em 2010, um dos pedidos remetidos pela Apple tencionava transformar o Mac numa estação de carga que funcionaria através de ressonância magnética e que iria permitir o carregamento de dispositivos no raio de um metro - a ideia nunca se chegou a concretizar.

Depois do rumor que alegava a eliminação do jack para auscultadores do próximo telefone da Apple, esta onda de contratações e a concretização desta tecnologia poderá, no futuro, significar também a eliminação da entrada USB. 

O The Verge nota também que estas admissões de especialistas em tecnologia ultrassónica podem servir para aperfeiçoar as funcionalidades do Apple Watch que, de resto, já dispõe de carregamento wireless e sensores de monitorização de sinais vitais.

Nada disto pode vir a servir para construir uma tecnologia de carregamento à distância, no entanto, a aposta da Apple no design e na fineza dos traços dos seus aparelhos, não tornam assim tão inusitado pensar que todas as entradas do iPhone acabarão por ter um fim.