Há já alguns anos que a Adidas percebeu a importância das impressoras 3D para o futuro da produção e do consumo. Experimentou a técnica em produtos conceptuais, articulou-a com novos materiais e, ao que parece, está finalmente pronta a introduzi-la como base na construção de um novo par de ténis, os Futurecraft 4D.

A sola é um dos elementos inovadores. Ao contrário das impressoras a que o utilizador final está habituado a ter acesso - que utilizam filamentos plásticos para dar corpo a um objecto - a empresa vai recorrer a uma resina líquida que é depois moldada com a ajuda de uma luz ultravioleta. O processo tem o nome de Produção Contínua de Interface Líquida e foi criado pela Carbon, uma startup norte-americana que descreve o método como sendo mais rápido e mais adaptável à vontade do criador do que as técnicas tradicionais de impressão tridimensional.

Ainda este ano, a Adidas espera lançar no mercado os primeiros 5 mil pares de Futurecraft 4D, aumentando a meta até aos 100 mil pares pelo final do próximo ano. "Quebrámos algumas das barreiras [com este ténis]", disse Gerd Manz, da Adidas, à Reuters. "Esta não só é uma meta para nós como para toda a indústria".

O maior obstáculo à introdução desta técnica nas principais linhas de produção da empresa alemã reside agora nos custos inerentes à sua utilização. A redução, diz Manz, virá com o tempo.

O preço dos novos Futurecraft 4D ainda não é conhecido, mas a Adidas garante que vai pertencer a uma categoria "premium".