As cicatrizes dos incêndios vistas pelos satélites da ESA

Os incêndios que assolaram Portugal nos últimos meses deixaram profundas cicatrizes na paisagem, que também são visíveis a partir do espaço. A ESA acaba de publicar uma imagem com o antes e o depois.

Dois bombeiros combatem as chamas durante um incêndio florestal que deflagrou durante a tarde de segunda feira em Mangualde, 11 de agosto de 2015. Os incêndios do concelho de Mangualde foram combatidos por mais de trezentos operacionais. NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA · LUSA 2015

O titulo já diz muito: Portugal burn scars. A Agência Espacial Europeia publicou imagens captadas pelo satélite Copernicus Sentinel que revelam a forma como vários os incêndios dos meses de julho e agosto deixaram marcas bem visíveis.

As "cicatrizes negras" cobrem mais de 2 mil quilómetros quadrados do território, e há marcas também visíveis em Espanha.

As contas deste ano mostram que a área ardida foi cinco vezes maior do que a média dos últimos 10 anos e dados recentes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que os incêndios florestais consumiram mais de 128 mil hectares em 2017.

Foram registados até final de julho 8.539 ocorrência (1.925 incêndios florestais e 6.614 fogachos), um número que é o quinto mais elevado em 10 anos.

No mesmo relatório o ICNF indica que o distrito mais afetado no que se refere à área ardida é Leiria, com 20.348 hectares, seguido de Coimbra, com 18.045 hectares, e de Portalegre, com 17.437 hectares.