É o primeiro do seu género, com todo o peso associado a uma experiência pioneira, e nele residem uma parte das esperanças de democratização do espaço, mas também das missões a Marte. Se tudo correr bem, daqui a alguns anos poderão ser várias as estações espaciais insufláveis a orbitar a Terra.

O módulo encaminhado pelo Falcon 9 vai “acrescentar” à Estação Espacial Internacional uma pequena “sala de estar” durante os próximos dois anos, período que servirá para fazer vários testes de desempenho e comparação com as tradicionais estruturas de metal, para ver como suporta as variações de temperatura e o ambiente de alta radiação do espaço.

Daqui a uns dias, quando o veículo de entrega chegar à ISS, um braço robótico vai retirar o módulo insuflável, de 1.400 quilos, do compartimento de carga da cápsula e prendê-lo a um porto.

Aproximadamente um mês depois, os astronautas a bordo da ISS irão “encher” o Beam com ar pressurizado, aumentando seu volume até que ele atinja o seu tamanho máximo.

O módulo da Bigelow é feito num tecido macio e dobrável, sendo capaz de expandir o seu tamanho compactado de 1,7x2,3 metros para os 3,6x3,2 metros em 45 minutos, mas a intenção é que outros módulos insufláveis, da mesma empresa, mas com maiores dimensões possam juntar-se a ele.

Se a tecnologia funcionar, a empresa espera um dia construir sua própria estação espacial privada, que poderia ser um destino de investigação para clientes privados ou um hotel espacial para turistas, ou não fosse Robert Bigelow, o fundador da empresa, dono de uma cadeia de hotéis na Terra.

Do lado da NASA, o interesse está relacionado com as futuras missões a Marte, e as respetivas viagens de três anos.

Desta é que foi

O reabastecimento e entrega do módulo insuflável era parte da missão da Space X da última sexta-feira, mas a maioria das expetativas estavam concentradas no regresso do foguetão que se quer reutilizável, e em mais uma tentativa de fazê-lo aterrar numa plataforma no mar. Depois do falhanço em junho de 2015, desta vez tudo correu bem. E o feito vale definitivamente uma espreitadela.  

Na conta da SpaceX no Instagram, a aterragem é mostrada noutra perspetiva:

Onboard camera view of landing in high winds

A video posted by SpaceX (@spacex) onApr 8, 2016 at 6:05pm PDT