A adolescência do Sol foi tormentosa, plena de explosões muito mais intensas do que as atuais, mas pelos vistos ainda bem que assim aconteceu, já que essas fortes tempestades solares podem ter sido uma grande parte da razão de existir vida como a conhecemos.

Há cerca de 4.000 milhões de anos, o Sol só tinha aproximadamente três quartos do brilho que tem agora, mas a sua superfície estava minada de gigantescas explosões que expulsavam grandes quantidades de matérias e radiação para o espaço.

Estas poderosas explosões terão dado algum prejuízo, nomeadamente a Marte, mas segundo um grupo de investigadores da NASA, também tiveram os seus benefícios, neste caso para a Terra.

Num estudo publicado esta segunda-feira, na revista Nature Geoscience, os cientistas propõem que as tempestades da “adolescência” solar “fertilizaram” a Terra. Tais explosões explicariam as condições ótimas de habitabilidade no planeta, numa altura em que o Sol não tinha então tanto brilho que pudesse aquecer o planeta e originar vida.

“Naquele tempo a Terra recebia apenas 70% da energia que recebe hoje em dia do Sol”, explica Vladimir Airapetian, que liderou a equipa de investigação da NASA. “Isto significa que a Terra devia ter sido uma bola de gelo. Em vez disso, a evidência geológica mostra-nos que era um globo quente com água líquida”.

O fenómeno leva o nome de ‘Paradoxo do Jovem Sol Débil’, acrescenta Vladimir Airapetian. “A nossa investigação mostra que as explosões solares poderão ter sido centrais para o aquecimento da Terra”, detalhou.