A NASA tinha prometido revelar hoje novidades sobre a existência de água em outros “mundos oceânicos” no nosso sistema solar e para além dele. E não falhou à promessa.

“Isto é o mais perto que já estivemos de identificar um local com algun s dos ingredientes necessários para um  ambiente habitável”, revela Thomas Zurbuchen, um dos administradores da NASA.

Em conferência de imprensa foram revelados dados publicados por dois investigadores da missão Cassini e do telescópio espacial Hubble relacionados com a descoberta de oceanos nas luas de Júpiter e Saturno.

Os cientistas da missão Cassini explicam que uma forma de energia que pode alimentar vida parece existir na lua Encélado de Saturno, enquanto o relatório dos investigadores ligados ao Hubble reportam novas evidências de “plumas” a surgir a partir da lua Europa, que orbita o planeta Júpiter.

Publicado na revista Science, a investigação dos cientistas da missão Cassini revela a existência de hidrogénio a emergir do oceano sob a superfície da lua Encélado, resultado de actividade hidrotermal no fundo do oceano. A presença ampla de hidrogénio significa que os micróbios – se existirem – podem obter desta forma a energia, combinando o hidrogénio com o dióxido de carbono dissolvido na água. A reação química é uma das bases da vida na Terra e pode ter sido crítica para o surgimento de vida no nosso planeta.

Com esta descoberta os cientistas provam que a pequena lua gelada e que está alguns milhares de milhões de quilómetros mais distante do Sol do que a Terra, possui quase todos os ingredientes necessários para ser habitável.

As observações foram realizadas com o INMS da sonda Cassini em 2015 e as plumas foram analisadas para identificar que 98% do gás que as compunha era água, enquanto 1% era hidrogénio e o resto uma mistura de outras moléculas como dióxido de carbono, metano e amónia.

Os cientistas admitem que embora ainda não seja possível detectar vida, há bases para isso. “Descobrimos que há uma fonte de alimento para isso. Seria como uma loja de does para micróbios”, afirma Hunter Waite, um dos autores do estudo.

O outro estudo hoje divulgado, referente a descobertas realizadas com o Hubble, e publicadas no The Astrophysical Journal Letters, baseia-se em observações na lua Europa, realizadas em 2016 onde foram avistadas também plumas de material a surgir da superfície, no mesmo local onde já tinham sido realizadas observações semelhantes em 2014.

Estas novas imagens fundamentam a teoria e que as plumas na Europa podem ser um fenómeno real, embora intermitente.

Estas plumas elevam-se a mais de 100 quilometros acima da superfície e foram lozalizadas numa das áreas mais quentes da lua gelada. E se estas plumas e as zonas quentes estiverem relacionadas pode querer dizer que há água a ser ventilada por baixo da crosta gelada e que está a aquecer a superficie à sua volta.

Nota da redação: foi feita uma correção no título