A supressão das molduras frontais dos smartphones tem acontecido a um ritmo gradual. Nesta "luta", em que ecrãs cada vez maiores se têm acomodado em espaços cada vez mais comprimidos, o culminar parece ser a cobertura integral da zona frontal do telefone com mais nada para além do display.

A Samsung deu um passo importante com o lançamento do Note Edge e mais tarde com o S6 Edge. As curvaturas da tela permitiram construir um ecrã para além das laterais e aí, a atenção, passou a virar-se para o que restava eliminar: molduras superiores e inferiores.

Numa altura em que os rumores apontam para um iPhone 8 mais perto dessa realidade, a Xiaomi decidiu fazer uma ultrapassagem e antecipar a tecnologia com um telefone inovador: o Xiaomi Mi Mix.

Neste equipamento o foco é o ecrã e não é difícil perceber porquê. Para além das molduras laterais, o ecrã IPS LCD de 6,4 polegadas do Mi Mix espande-se até aos limites superiores do equipamento, eliminando o espaço do auricular, da câmara frontal e de todos os outros sensores que, até à data, têm encontrado naquele espaço o seu pouso eterno. Na frente, 91,3% do aparelho é ecrã, uma percentagem bastante superior à dos maiores do mercado (iPhone 7 Plus tem 67,7% e o Pixel XL 71,2%, por exemplo).

Para substituir o auricular, que aqui perde espaço para se instalar, a Xiaomi integrou neste smartphone uma tecnologia acústica piezoelétrica que, através de vibrações, consegue converter sinais elétricos para emitir o som de chamada para o utilizador. O sensor de proximidade também foi substituído por uma tecnologia alternativa que recorre a infravermelhos para reproduzir os seus efeitos.

A estrutura do smartphone é totalmente produzida com base cerâmica e tem o selo de qualidade do designer francês, Philippe Starck. A aposta na estética continua na traseira do equipamento onde a marca integrou aros de ouro de 18 quilates em torno da câmara e do sensor de impressões digitais.

Mas a atenção não se destinou exclusivamente ao exterior do telemóvel. Por dentro, o Mi Mix também é um topo de gama. Integra um processador quad-core Qualcomm Snapdragon 821 de 2,35 GHz, até 6GB de RAM e uma capacidade de armazenamento interno até 256GB. A bateria tem uma capacidade de 4.400 mAh, suporte para carregamento rápido e o equipamento tem ainda o extra de contar com um chip de áudio Hi-Fi semelhante ao do LG V10. A câmara traseira tem 16 MP e a frontal, que aqui é obrigada a deslocar-se para a zona inferior do smartphone, 5 MP. O sensor de impressões digitais, por sua vez, mantém-se na traseira, mesmo por baixo do sensor fotográfico.

Os preços, apesar de altos, são inferiores aos praticados pelas gigantes tecnológicas com os seus topo de gama. Se estiver interessado em adquirir a versão de 4GB de RAM com 128GB de armazenamento, terá de desembolsar 543€. A opção superior, com 6GB de memória RAM e 256GB de armazenamento fica a 679€.

Este não é, de todo, o primeiro smartphone a exibir um ecrã deste estilo. Ainda no princípio deste mês de outubro, a Sharp exibiu numa feira tecnológica um equipamento concetual que reproduzia essa mesma tecnologia. A diferença deste Mi Mix reside na concretização que é afinada o suficiente para o tornar num produto comercializável.