Estamos a pouco menos de um mês do lançamento oficial da Nintendo Switch e já poucos segredos se escondem sobre a consola. Sabe-se que é fixa e portátil e que os controladores podem ser utilizados em variadas formas e disposições. Sabe-se que o ecrã tem cerca de 6,2 polegadas e que o armazenamento interno de 32GB poderá ser expandido até aos 2TB por cartão microSD. Sabe-se que é capaz de reproduzir jogos em 1080p na televisão e em 720p em modo portátil. E sabe-se também que vai chegar às lojas no próximo dia 3 de março com um leque de jogos a preceito que prometem deixar os entusiastas agarrados ao sistema durante horas a fio. No entanto, o que ainda não se sabia, e que o TeK fez questão de ir saber, é a que é que sabe jogar Switch.

No showroom da Nintendo Portugal, o TeK teve a oportunidade de experimentar quase uma dezena de jogos, vários controladores e os três modos da consola. Quase tudo convenceu, na verdade, mas para que as primeiras impressões não se tornem confusas, vamos por partes.

O hardware

As dimensões da Switch surpreenderam. Embora a consola não parecesse grande (e por grande leia-se "do tamanho das concorrentes"), na realidade, é efetivamente mais pequena do que aquilo que aparenta nos vídeos e imagens publicadas. Mesmo montada na doca de transmissão fixa, a Switch não terá mais do que 15 centímetros de comprimento, 12 centímetros de altura e 5 centímetros de profundidade.

Em modo portátil, a questão é mais discutível. Mesmo com 6,2 polegadas de ecrã - uma dimensão que chega mesmo a ser inferior em 0,2 polegadas ao display do Xiaomi Mi Mix - a consola apresenta molduras laterais de tamanho considerável. Com ambos os controladores encaixados, o tamanho cresce. Neste caso, o comparativo tem de ser feito com outros sistemas portáteis. E a Switch é claramente maior que a PlayStation Vita, a 3DS ou a 2DS. No entanto, se a remetermos para o sector dos tablets, aparelhos igualmente portáteis, a consola é notoriamente mais pequena que a maioria dos modelos em mercado. Tendo em conta que é no ecrã que residem todos os componentes físicos da consola, as dimensões justificam-se.

Os controladores Joy-Con foram outra surpresa agradável. Os sensores de vibração, o giroscópio e a articulação de todas estas funcionalidades com as ideias certas permitem criar experiências diferentes das que são tradicionalmente fornecidas em consolas.

Em jogos mais convencionais, os comandos não funcionam tão bem individualmente. São competentes, mas a experiência não se pode equiparar à de um controlador mais clássico e robusto que oferece mais firmeza nos movimentos e permite que o utilizador expanda mais os movimentos das mãos.

Os jogos

Experimentámos o Splatoon 2, o The Legend of Zelda: Breath of the Wild, o Fast RMX, o 1-2-Switch, o Arms, Street Fighter, Super Bomberman R, Super Mario Kart 8 Deluxe e Snipperclips. Destes, há que dar destaque ao 1-2-Switch. Apresentado enquanto o primeiro "party game" da consola, o jogo é o primeiro título a explorar de forma mais original as potencialidades dos Joy-Con.

Num dos jogos, por exemplo, o objetivo passa por adivinhar quantas bolas estariam presentes numa caixa de madeira cuja sensação era reproduzida através da vibração do controlador. Neste caso, os jogadores têm de mover o comando, sentir o deslizar e o embater das bolas nas paredes da caixa e, quando acharem que sabem quantas bolas estão escondidas no seu interior, indicar um número. Quem se aproximar mais da resposta final, ganha.

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O jogo parece simples e cansativo, mas não o é. Os mecanismos dos Joy-Con surpreendem pela precisão com que conseguem simular uma abstrata caixa de madeira com bolas metálicas deslizantes no seu interior ao ponto de parecer, efetivamente, que as mesmas se encontram lá dentro. Obviamente que existe uma distinção, mas dentro do que seria plausível de imaginar que fosse possível, o sistema sai-se muito bem.

Ainda neste título, fomos levados até um cenário western onde protagonizámos um duelo de pistolas e até uma quinta, onde tivémos de...ordenhar uma vaca. Todos os jogos requerem movimentos diferentes e recorrem a sensores diferentes que articulam características diferentes de cada um destes jogos. No duelo, por exemplo, o giroscópio ajuda a precisar o tiro num raio em que o adversário seja atingido; na ordenha da vaca, por outro lado, o jogador tem de apertar um dos botões do controlador para simular os movimentos feitos na vida real.

De todos os jogos que tivemos oportunidade de testar, o Arms foi o que nos deixou menos impressionados. A opinião, no entanto, não foi consensual entre os jornalistas presentes.

Nitidamente melhor do que o Wii Boxing, o Arms é um jogo de boxe com personagens animadas e controladas por movimentos que, para além de murros, juntam ainda alguns ataques especiais ao seu leque de funcionalidades. Durante a nossa experiência, os sensores não deram uma resposta fluída aos movimentos do jogador. A personagem não andou para a direção pedida, não defendeu quando solicitado e as ações disponibilizadas souberam a pouco para um jogo deste género.

De resto, todos os títulos surpreenderam pela positiva. Splatoon 2 é viciante e ideal para jogar em grupo, Snipperclips puxa pela cabeça e The Legend of Zelda: Breath of the Wild deixou água na boca pelas possibilidades de exploração do mapa que oferece.

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A Switch parece, em suma, despegar-se de uma Wii U menos bem-sucedida. Com a confirmação de que os grandes jogos estão de volta, a Nintendo parece querer voltar a recuperar a quota perdida num mercado que é atualmente dominado pelas concorrentes. As funcionalidades e as capacidades parecem estar todas presentes. O sistema é prático de agilizar entre uma utilização fixa e portátil, os jogos deram um passo em frente a nível gráfico e as capacidades dos Joy-Cons prometem ajudar a criar experiências de jogo únicas. Para que os planos se concretizem, o software terá, claro, de estar à altura.

A Switch não é perfeita e tal como qualquer outro produto terá a sua quota parte de erros apontados nas semanas que se seguem. O hardware, no entanto, pareceu está lá.

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