Um protocolo ontem assinado entre a Fundação da Portugal Telecom, o Instituto Nacional para a Reabilitação, a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência e a Secretaria de Estado das Infraestruturas, garante o compromisso das três entidades na acessibilidade tecnológica e pode abrir portas a novos investimentos.

A área da acessibilidade é uma das prioridades da Fundação, a par da Saúde e da Educação, e Paulo Neves, CEO da Portugal Telecom, garantiu que a empresa valoriza o legado histórico de responsabilidade social e que quer manter a aposta neste sector de solidariedade.

O trabalho que foi feito nos últimos anos já ajudou a mudar vidas, e antes da assinatura do protocolo, várias organizações partilharam os projetos desenvolvidos com a Fundação PT e a forma como está a transformar a vida de jovens com paralisia cerebral, ou de doentes que não têm possibilidade de ir à escola.

A galeria abaixo detalha alguns dos projetos, mas no site da Fundação PT é possível obter mais informação.

 

Histórias de sucesso com pessoas por dentro

No âmbito do projeto Estrela, cujo protocolo foi assinado em 2006, os jovens com paralisia cerebral têm acesso a ferramentas que lhes permitem ganhar autonomia nos trabalhos escolares ou mesmo na escrita de livros, e também o acesso a jogos de estratégia, duas experiências de Susana e Hélder, partilhadas pela presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC), Eulália Calado.

Em parceria com esta federação, a Fundação PT disponibiliza instrumentos para avaliação e treino nas tecnologias de apoio à comunicação aumentativa, acesso ao computador e Internet nas 17 Associações de Paralisia Cerebral de todo o país, e ainda na UTAAC (Unidade de Técnicas Aumentativas e Alternativas de Comunicação). O objetivo é garantir aos jovens ferramentas que lhes permitam maior autonomia e independência na via adulta, na inserção na escola e mesmo no mercado de trabalho, permitindo que alguns concretizem os seus projetos de vida. E isso passa por computadores, acesso à Internet, e kits MagicEye ou PC Eye Go, com câmaras que reconhecem o movimento dos olhos para interpretar o posicionamento do cursor do rato e assim executar acções no computador.

Noutro campo, mais ligado ao percurso académico, Ida Brandão, responsável pelo projeto Tele Aula com o Ministério da Educação, lembra que os jovens abrangidos usam o sistema por estarem impedidos de ir à escola devido a doenças muito graves, algumas do foro oncológico mas também devido a transplantes, ou a esclerose múltipla. “É triste porque volta e meia temos alunos que falecem. As soluções tecnológicas ajudam muito mas não resolvem tudo”, justifica.

A Tele Aula tem 25 sistemas de videoconferência e receberam um reforço recentemente e está também presente na Madeira, existindo um protocolo específico também com a fundação Acreditar.

Mas nem só com os doentes se utilizam as tecnologias desenvolvidas com a Fundação PT. Nas bibliotecas escolares algumas das ferramentas são também elementos de inclusão e de incentivo para novas aprendizagens, nomeadamente com o programa “Todos Juntos Podemos Ler”.

Ainda durante a conferência, José Maria Serôdio, do Instituto Nacional para a Reabilitação, louvou o papel da Fundação PT, que “esteve sempre aberta para resolver os problemas e fazer com que as pessoas com deficiência tivessem aceso às tecnologia, independentemente da sua deficiência”. O responsável, e um dos signatários do memorando, elogiou o trabalho feito na capacitação de pessoas e na melhoria da sua qualidade de vida, afirmando que as ferramentas TIC ajudam que as pessoas surdas e cegas se sintam mais incluídas no seu dia-a-dia.

As soluções apoiadas pela Fundação PT estiveram em exposição num showroom onde foram demonstradas as potencialidades de algumas das ferramentas, como o PT Magic Contact, o Áudio Zapping, o PT Grid 2, a TeleAula e o PT MagicEye.

A mudança registada na vida de vários utilizadores das soluções da Fundação PT está documentada no vídeo que reproduzimos abaixo e que mostra os casos de João Pedro Garda, Pedro Ferreira, Ivo Descalço, Rodrigo Celestino e Ana Cavalheiro, para quem o acesso a um computador adaptado com ferramentas de comunicação aumentativa e uma ligação à Internet fazem toda a diferença.

 

Fátima Caçador


Nota da Redação: A notícia foi atualizada com o vídeo.