Run é mesmo o nome mais literal que a Nintendo podia ter dado a este jogo. A última novidade da empresa para o seu universo móvel é uma experiência louca que faz um canalizador de bigode correr durante vários quilómetros, sem uma pausa para descanso. E isso não é obrigatoriamente mau.
Super Mario Run, que foi apresentado no passado mês de outubro a par do novo iPhone 7, foi desenvolvido única e exclusivamente para smartphone e tablet, em que a ausência de um controlador externo teria de ser naturalmente colmatada por uma lógica de mobilidade que não exigisse demasiado do utilizador. A solução foi deixar a personagem em movimento como os títulos móveis de "corridas infinitas" popularizaram nos últimos anos nas plataformas móveis.
A nossa experiência com o jogo conclui: foi uma decisão acertada.
Apesar de reproduzir o clássico modo de jogo de Super Mario, onde somos obrigados a saltar entre plataformas e deixar uma mão cheia de inimigos para trás até alcançarmos a bandeira que assinala o fim do nível (e assim sucessivamente até resgatarmos a donzela Peach de um castelo), esta versão móvel dá-nos conteúdos suficientes para fazer perdurar o entretenimento durante algum tempo.
Um dos modos de jogo é o World Tour. Tem pouco de novo. É uma viagem por vários mundos, que se dividem em dois ou mais níveis e que, por sua vez, terminam com uma luta mais complicada ante um "boss". O jogo pode ser jogado com uma mão. Aliás, só vai precisar mesmo de um dedo para controlar o Mario porque ele corre sozinho. Clicar no ecrã fá-lo saltar, mas deixar o dedo premido e deslizá-lo para trás e para a frente vão fazer a personagem dar mortais para trás, pairar no ar e fazer algumas acrobacias entre plataformas. Os inimigos que vão surgindo são, na sua grande maioria, conhecidos, mas a reprodução de vários elementos presentes nos jogos anteriores deste franchise para construir um jogo diferente, faz com que, apesar de reminiscente de boas memórias, o jogo seja uma "trip down memory lane" que nem por isso se repete.
O Toad Rally desafia os jogadores a defrontarem-se entre si e a bater os seus próprios recordes em pista. Numa corrida (quase) interminável, ganha quem reunir mais moedas e...adeptos. Sim, aqui a nota artística conta, particularmente. Em movimento, o jogador terá de levar a personagem a fazer acrobacias para que os toads torçam por si. Se conseguir ser mais espetcular do que o adversário, é de esperar que acabe mais aclamado pelo público e, consequentemente, com a vitória. A agilidade com que ultrapassa barreiras e salta entre obstáculos também conta, claro, tal como a quantidade de moedas que apanha, mas a vitória acaba por ser uma média destes três fatores.
Mas o público que lhe dá as vitórias neste modo não serve apenas para lhe bater palmas e gritar o seu nome. Estas personagens, que são nada mais nada menos do que pequenos Toads, vão segui-lo para o seu reino e habitá-lo. Aqui, enquanto governante, cabe-lhe construir o espaço mais confortável possível com as moedas que vai conquistando em cada modo de jogo e em cada nível que ele tornar disponível.
A experiência diferencia-se dos outros jogos. Afinal a plataforma onde corre é diferente e pormenor suficiente para que isso se note. Mas nem por isso é inferior.
Graficamente não há qualquer downgrade assinalável e o facto de não podermos controlar a personagem a nosso bel-prazer também não hipoteca a jogabilidade. A ideia é que sejamos rápidos a responder. Se não formos há que repetir. Bater o anterior recorde e apanhar as moedas colecionáveis que ficaram para trás. Faz tudo parte do plano.
O maior ponto negativo, no entanto, diz respeito à estratégia que a Nintendo tem para Super Mario Run. Isto porque se quiser jogar offline, não pode. O jogo, cuja maior atração reside num modo que não precisa de qualquer elemento que seja possível beber da internet, precisa de estar constantemente online. O criador do franchise, Shigeru Miyamoto, alega "razões de segurança", mas para um jogo móvel que tem o custo de 9,99 dólares, o pormenor pode afastar alguns compradores com planos de internet móvel mais limitados.
Super Mario Run vai estar disponível para iOS já a partir do próximo dia 15 de dezembro, quinta-feira, e o Android será a próxima plataforma a receber o jogo.
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