O ex-responsável está agora a ser acusado pela sua antiga empresa por, alegadamente, ter tentado "desviar" funcionários da fabricante automóvel para um projeto que estava a ser iniciado, na altura, por Chris Urmson, que tinha saído do programa de condução autónoma da Google.

A queixa feita pela Tesla refere que Anderson tentou recrutar, pelo menos, 12 engenheiros para a nova empresa de sistemas de condução autónoma e que o próprio roubou informação confidencial da Tesla, destruindo, posteriormente, qualquer pista que o pudesse incriminar.

A fabricante norte-americana defende ainda que a startup do ex-funcionário da Google, a Aurora Innovation, teve conhecimento e incentivou Anderson a romper o acordo de confidencialidade estabelecido com a própria Tesla.

Em comunicado, a empresa já negou todas as acusações.

De acordo com a queixa submetida pela Tesla, Anderson e Urmson "reuniram" durante o horário de trabalho de Anderson, que utilizou o portátil que lhe tinha sido adjudicado pela empresa profissionalmente para mostrar alguns documentos confidenciais a Urmson.

A marca diz ainda que apoia, geralmente, as ambições dos seus colaboradores, mas não "pode ficar de braços cruzados" quando um deles "abusa da sua posição de confiança para orquestrar um esquema que deliberada e repetidamente viola o seu acordo de confidencialidade, esconde provas e leva informação confidencial da empresa para um projeto concorrente".

Dos 12 funcionários que a Tesla acusa Sterling Anderson de roubar, apenas dois chegaram mesmo a deixar a empresa. Em dezembro, Anderson informou os seus superiores de que estaria prestes a despedir-se, mas insistiu em ficar por mais algumas semanas até ao lançamento oficial da nova versão do Autopilot. No dia 3 de janeiro, a empresa diz que três funcionários informaram a Tesla de que estariam de saída para a Aurora Innovation. Um deles acabou por mudar de ideias.

A queixa diz ainda que Anderson não chegou a entregar os discos externos utilizados para fazer o back up do seu portátil de trabalho depois do seu último dia, a 4 de janeiro.

Em consequência, a Tesla pede que sejam determinadas medidas compensatórias e que os sistemas desenvolvidos pela Aurora sejam examinados para afeir se foi utilizada informação roubada à Tesla na sua conceção.

Questionado acerca da acusação, Sterling Anderson respondeu ao The Verge que a "ação judicial imposta pela Tesla revela uma paranóia surpreendente e um medo insalubre da competição", acrescentando que o processo é um "abuso do sistema legal" e "uma tentativa maliciosa de sufocar um concorrente e destruir reputações pessoais".