No actual momento de recessão económica, as empresas europeias encontraram um método alternativo e menos dispensioso de enviar desejos ds boas festas a parceiros e clientes. Em vez dos tradicionais cartões de Feliz Natal e Bom Ano Novo, utilizam-se agora cada vez mais os postais electrónicos enviados por email.



Uma destas empresas é a holandesa Philips que, contando neste momento com graves perdas financeiras, encorajou as suas divisões a enviar emails contendo imagens, texto e, por vezes, música. A finlandesa Nokia tem vindo a utilizar este novo tipo de mensagens digitais e a doar o que poupou à Unicef.



Outras 40 companhias sediadas na Inglaterra ou com filiais nesse país - como a Marks and Spencer, o banco Barclays, a UBS Warburg, a firma de auditoria Ernst & Young, o banco de investimento JP Morgan e a filial britânica do Bank of America - deixaram de enviar cartões em favor dos postais electrónicos e estão a planear doar o que pouparam a instituições de beneficiência e de apoio a sem-abrigos.



Mas o perigo continua à espreita nas caixas de correio electrónico de cada um. Muitos dos emails supostamente inocentes que circulam nesta altura do ano podem conter vírus que aproveitam esta ocasião de fraternidade em que os utilizadores estão mais susceptíveis a abrir sem prevenção qualquer mensagem que lhes chegue, ainda por cima se o emissor for um familiar ou amigo. Por isso, é necessário manter-se vigilante.



Esta vaga de virose natalícia não é recente, mas mesmo assim, todos os anos há casos de cibernautas menos precavidos. Um bom exemplo destes vírus, segundo a produtora espanhola de software anti-vírus Panda, é o Win32/SKA, vulgarmente conhecido como Happy99, que tenta iludibriar os utilizadores fazendo-os acreditar que a mensagem recebida é uma felicitação de bom ano novo. Apesar de ter surgido em 1999, tem continuado a propagar-se.



Um vírus muito comum nesta altura do ano é o W32/Navidade.B ou Navidad, enviando-se a si próprio para os utilizadores via email. Muitos cibernautas que recebem uma mensagem intitulada "Feliz Navidad" - "Feliz Natal" em espanhol - verão o seu computador enviar automaticamente a mensagem com vírus para todos os endereços contidos no seu Microsoft Outlook, o que poderá levar o PC a tornar-se mais lento ou até a crashar.



Outro exemplar conhecido é o W32/Music, que se difunde através de dois ficheiros retirados por ele próprio da internet, reproduzindo depois a música natalícia “We wish you a merry Christmas”. Se não o conseguir fazer, transmite um aviso ao destinatário.



Um dos piores é o Kriz, um vírus que é activado automaticamente se o utilizador ligar o seu computador no dia 25 de Dezembro, apagando todos os ficheiros contidos no disco rigído. Este pode permanecer adormecido durante anos se o utilizador não ligar o seu computador no dia de Natal.



No ano passado, embora tenham causado grandes "dores de cabeça" aos utilizadores, os vírus natalícios não provocaram danos na maior parte dos computadores. Apesar disso, o o número de vírus transmitidos por email em Dezembro de 2000 foi de 16.762. De acordo com a MessageLabs, por seu lado, durante esse mês foram detectados mais 14 mil vírus informáticos do tipo worm - semelhantes ao ILOVEYOU - do que na mesma altura do ano anterior.



Enquanto isso, também a produtora de anti-vírus McAfee.com afirmou ter detectado cerca de mil casos de computadores infectados com vírus no último mês e meio de 2000. Na sua maioria os vírus de Natal são worms. Enviados por email instalam-se e propagam-se rapidamente, mas tendem a causar poucos estragos nos computadores.



Tal como em relação às gripes comuns nesta altura do ano, também convém tomar algumas medidas de bom senso para combater os vírus informáticos natalícios que chegam pela Internet. Em primeiro lugar, convém analisar os emails que chegam à caixa de correio, antes de os abrir. Para tal, o TeK aconselha instalar um anti-vírus eficaz que monitorize todas as mensagens.



Para que o software se mantenha actualizado, convém efectar downloads de actualizações das definições de vírus, de modo a que possa eliminar os novos códigos maliciosos. Também deve incluir o apoio de um suporte técnico que, no menor tempo possível, resolva eventuais problemas e encontre "vacinas" para os vírus desconhecidos.



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