A forte estimulação sensorial provocada pelo tecnologia 3D pode ter implicações para o sistema nervoso central dos mais jovens. A tese é defendida pela neurologista Teresa Paiva que considera preocupante que crianças com menos de 12 anos assistam a filmes deste género.
Embora desconheça estudos científicos sobre os efeitos da tecnologia na saúde humana, em declarações à Lusa a neurologista enumera as cefaleias, a sensação de "after image" e os distúrbios de sono como alguns exemplos de efeitos possíveis.
"Têm de ser cuidadosamente analisados os eventuais efeitos que a ilusão tridimensional pode desencadear", sublinhou Teresa Paiva, que também enumerou alguns casos conhecidos de descargas epilépticas provocadas por jogos de computador e luz strobe.
Já o oftalmologista Jorge Breda, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, não antevê que o contacto com o 3D possa provocar lesões maiores, nomeadamente das crianças, para além de algum cansaço ocular.
"As implicações que poderão ter é para o sistema nervoso central", explica o médico do Hospital de S. João, já que a retina transforma as ondas luminosas em impulsos nervosos.
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