A questão era se "a realidade virtual pode mudar a forma como consumimos desporto?" e Ben Smith, CEO e co-fundador da Laduma, empresa especializada em experiências desportivas em realidade virtual, empenhou-se em mostrar que sim.

Numa apresentação que tomou lugar no Sports Trade, um dos palcos do Web Summit, as histórias que expôs atestam a possibilidade deste matrimónio. Embora a realidade virtual seja frequentemente associada aos videojogos e ao setor empresarial, o desporto apresenta potencial para se emancipar no virtual.

Foi isso que Ben Smith percebeu quando se tornou jornalista desportivo: havia (e há) espaço para criar conteúdos desportivos envolventes através da VR. Histórias interativas, transmissões em direto e aplicações que permitam aos atletas desenvolver as suas capacidades fora do campo de jogo.

Os clubes norte-americanos estão vários passos à frente dos restantes neste domínio "e os patrocinadores têm ajudado imenso a concretizar a ideia da Laduma". Numa ativação de marca que desenvolveu com o clube de futebol, L.A. Galaxy, a empresa conseguiu disponibilizar Google Cardboards a dois dólares cada, um valor essencial à democratização deste tipo de tecnologia. "A realidade virtual é a plataforma mais transformadora que já vi, mas o preço é essencial para que todos a adoptem", disse Ben Smith.

Para além do seu potencial comercial, o CEO mostrou que a VR pode ter outras aplicações.

Este ano, a transferência do basquetebolista Kevin Durant provou-o. Com a saída dos Oklahoma City Thunder, o norte-americano chamou vários clubes a sua casa para exporem as razões pela qual ele devia assinar contrato com eles. A iniciativa terminou com uma preferência pelos Golden State Warriors e o pormenor assinalável é que os representantes do clube dirigiram-se a casa do basquetebolista com um headset de realidade virtual. Com eles postos, Durant pôde experimentar as instalações de treino do clube, o ambiente que se vive no Oracle Arena e ouvir mensagens de apelo vindas de outros jogadores. Se foi suficiente, por si só, para levar o norte-americano a assinar pelos Golden State, não sabemos, mas Ben Smith não tem dúvidas de que ajudou.

Na Universidade de Stanford não há histórias de recrutamento para contar, mas os treinadores da equipa de futebol americano estão a utilizar a realidade virtual para treinar os seus jogadores com exercícios de responsividade e percepção espacial. "Deixa os jogadores mais atentos e leva-os a compreender melhor os movimentos dos seus colegas de equipa", explica o orador.

Ao contrário do que se poderia inicialmente pensar, as transmissões de jogos em direto não parecem contar do leque de hipóteses para esta realidade. "Os headsets ainda não nos permitem sentar durante duas horas, com o aparelho na cabeça a transmitir um jogo. Provoca náuseas e há outras complicações inerentes" que complicam a experiência. Para este domínio, diz Smith, a televisão serve bem o propósito.

Seja no desporto ou na indústria dos videojogos, no cinema ou na indústria, a realidade virtual "não vai morrer", mas é errado pensar que aquilo a que temos acesso hoje é um produto final. "Estamos a dar os primeiros passos", diz Ben Smith, "os óculos que temos hoje são como a primeira imagem em movimento": o início de algo maior.

 

Acompanhe todas as novidades do Web Summit com o TeK e veja ainda as fotografias captadas pela equipa, em reportagem “ao vivo”, a partir do Meo Arena e da FIL em Lisboa.

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