A Comissão Europeia criou um grupo de peritos para definir orientações éticas para educadores na área da inteligência artificial e dos dados. O grupo, com representação portuguesa, tem como missão melhorar a compreensão sobre os riscos e oportunidades do recurso a tecnologias emergentes na educação e formação e desenvolver orientações nesta área.
Os 25 especialistas selecionados através de uma call aberta vão debruçar-se sobre questões como a não-discrimição, questões éticas, de segurança e de privacidade, no domínio dos dados e da inteligência artificial.
O grupo “abordará também a necessidade premente de educadores e estudantes terem uma compreensão básica da IA e da utilização de dados para se envolverem positivamente, de forma crítica e ética com esta tecnologia”, explica uma nota de imprensa.
Mariya Gabriel, Comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, explica na mesma nota a importância de recolher mais informação sobre estes temas e de criar linhas orientadoras para a área da educação.
A eurodeputada destaca que a inteligência artificial e a análise de dados por ela potenciada estão a transformar processos de aprendizagem, mas ao mesmo tempo “muitos educadores, pais e estudantes estão compreensivelmente preocupados com quem recolhe, controla, e interpreta os dados gerados sobre eles”.
O grupo de peritos vai preparar orientações éticas práticas para os educadores, abordando, por exemplo, questões como os preconceitos na tomada de decisões suportadas por sistemas de IA.
A criação deste grupo de peritos é uma iniciativa integrada no Plano de Ação para a Educação Digital. As diretrizes que o grupo de peritos vai preparar deverão ser apresentadas em setembro de 2022, após quatro reuniões previstas para os próximos 12 meses.
As diretrizes vão ser acompanhadas por um programa de formação para investigadores e estudantes sobre os aspectos éticos da IA e incluem uma meta de 45% de participação feminina em atividades, detalha a Comissão Europeia.
Já em 2019 a CE tinha criado um grupo de peritos de alto nível nesta área, que alinhou um conjunto de orientações éticas para uma inteligência artificial de confiança na edução. Este novo grupo será co-liderado pela Direcção-Geral de Redes, Conteúdos e Tecnologia da Comunicação da Comissão (DG CNECT).
Na lista de participantes, a representar Portugal, está o investigador Vítor Carvalho, que é também professor e responsável pela Escola de Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
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