Por mais assustadora que seja a ideia, a inteligência artificial parece destinada a conquistar o mundo. Depois de ter sido integrada em bots, no Messenger, em colunas de assistência doméstica, smartphones, computadores e noutra infinitude de aparelhos e programas, a tecnologia está agora destinada a ganhar espaço nos videojogos. O casamento, esse, deverá acontecer pelas mãos da Bandai Namco.

Esta terça-feira a imprensa internacional noticia que o estúdio japonês, responsável por alguns dos jogos mais conhecidos do segmento (Tekken, Dark Souls, Dragon Ball), completou a aquisição da Heroz, uma startup de inteligência artificial.

A empresa é conhecida por ter desenvolvido um algoritmo para jogar shogi - uma variante japonesa do xadrez - que já venceu vários jogadores profissionais em partidas públicas, mas o interesse da Bandai Namco reside no know how da equipa por trás deste sistema.

Na prática, a IA pode acabar por servir à empresa japonesa para afinar o comportamento das personagens não jogáveis presentes nos videojogos, o que, eventualmente, pode acabar por tornar os jogos mais difíceis ou mais responsivos, consoante a aplicação da tecnologia. No caso de Dark Souls, por exemplo, que já é considerado um jogo com um nível de dificuldade muito elevado, a inteligência artificial poderá servir para que os inimigos aprendam com os seus movimentos e desfiram ataques cada vez mais surpreendentes. Se estiver a jogar em parelha com outra personagem controlada pelo computador, a IA pode até fazer com que esta aprenda com o seu estilo de jogo e responda de forma cada vez mais adequada à medida que a aventura se desenrola.

Apesar de ainda estarmos no domínio da especulação a tecnologia acabará por ter alguma utilidade e tendo em conta as funcionalidades que potencia é muito provável que, no futuro, os jogos não só aprendam com as suas fragilidades como se adaptem cada vez melhor às suas necessidades.