O sistema de infotainment da Panasonic Avionics é utilizado por transportadoras aéreas como a Virgin, a Qatar, a Emirates e a Ibéria, e, de acordo com uma investigação da IOActive, está vulnerável a incursões informáticas.

Através da simulação de um ataque, os investigadores conseguiram manipular as informações apresentadas aos passageiros, como altitude e geolocalização, bem como ter acesso ao sistema de iluminação e ao sistema utilizado pelo piloto para fazer anúncios de alta-voz destinados a toda a aeronave. Além disso, foi também possível aceder aos dados dos cartões de crédito de passageiros.

Apesar de a disrupção destas funcionalidades poder ser uma autêntica inconveniência para quem viaja, deve sublinhar-se que a falha no sistema da Panasonic permite, segundo consta, adquirir o controlo dos sistemas de navegação do avião.

Ruben Santamarta, um dos investigadores da IOActive, considera que um ataque desta natureza é tecnicamente possível e não acredita que o sistema da Panasonic Avionics seja capaz de resistir a uma investida conduzida por cibercriminosos habilidosos.

O investigador aconselha as companhias aéreas a certificarem-se de que os sistemas de infotainment estão dissociados dos controlos da aeronave, algo que por vezes acontece e pode colocar em xeque a segurança de quem se encontra a bordo do veículo.

O Telegraph avança que a Panasonic foi informada desta falha em 2015, pela IOActive, mas que se desconhecem os efeitos que esse aviso surtiu.

Panasonic acusa IOActive de divulgar informações infundadas

Segundo a BBC News, a Panasonic já respondeu às alegações da especialista em segurança informática, recusando terminantemente as conclusões avançadas e afirmando que não têm quaisquer bases factuais.

Um representante não identificado da empresa disse ao órgão de comunicação social britânico que as vulnerabilidades apontadas por Ruben Santamarta são, "na melhor das hipóteses, teóricas, e, na pior, sensacionalistas".