O Citius continua a acumular protestos dos juízes que desta vez afirmam terem sido detectadas falhas de segurança graves no sistema que suporta os processos judiciais. A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) quer mesmo que seja realizada uma auditoria externa ao sistema.
De acordo com esta associação, o programa arquiva processos sem decisão do juiz, o que poderá levantar outros problemas de segurança. Segundo notícias na imprensa de hoje, dois processos apareceram como encerrados no sistema informático sem o estarem, enquanto num tribunal a promoção de um magistrado do Ministério Público foi apagada por um técnico de informática, a pedido de uma funcionária.
Embora esteja em funcionamento desde 2007, o Citius passou a ser de utilização obrigatória em Janeiro deste ano, o que terá levado a uma sobrecarga do sistema que alegadamente falha várias vezes por dia.
O objectivo do Citius é permitir a desmaterialização total dos processos judiciais, uma possibilidade que António Martins, da Associação de juízes considera uma utopia. "O Governo quis provar que estamos a anos-luz de qualquer outro país, mas não deu resultado. As novas tecnologias são importantes, mas têm que ajudar e não que prejudicar ou atrasar o trabalho", afirmou, citado pelo Jornal de Notícias.
Recorde-se que em Janeiro uma juíza do Tribunal de Família e Menores de Lisboa emitiu um despacho contra o sistema Citius, do Ministério da Justiça, onde denunciava que a aplicação era vulnerável a intromissões do poder político, que podiam consultar e alterar os processos.
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