A venda de computadores portáteis ultrapassará em 2009 os 1,3 milhões de unidades, valor que se traduz num crescimento de 30 por cento face ao ano passado.

As previsões constam do Observatório Toshiba, naquela que é a sua quarta edição, e mostram que os programas escolares colocados no terreno pelo Governo foram de importância crucial para os valores atingidos, tal como a venda de netbooks no retalho.

A estes factores junta-se a descida do preço médio dos equipamentos que, pelo segundo ano consecutivo, baixaram cerca de 20 por cento, impulsionados pelo preço dos netbooks, fixando-se actualmente abaixo dos 600 euros.

Nas contas da Toshiba, em 2009 o canal das telco representou 50 por cento das vendas totais de portáteis no mercado português, ou seja, foram comercializados através dos operadores de telecomunicações cerca de 650 mil máquinas. Destas, 300 mil integraram o programa e-escola e as restantes a iniciativa e-escolinha.

A diferença entre os principais canais de venda foi deveras acentuada, com o número de unidades comercializadas no retalho a crescer seis por cento, enquanto as telco registaram uma subida de 70 por cento.

A forte dependência dos programas governamentais trará alguns "dissabores" aos valores previstos para o próximo ano. "Na estimativa mais optimista, o mercado dos portáteis irá cair entre 20 a 25 por cento, voltando ao milhão de unidades", indicou Jorge Borges, director de marketing da Toshiba, durante a apresentação dos números do IV Observatório à imprensa, acrescentando que a visão mais pessimista aponta para uma descida de 40 por cento.

A incerteza relativamente ao encaminhamento das iniciativas escolares, já que actualmente ainda se desconhece se os contornos são os mesmos ou vão mudar, justifica a diferença entre as duas projecções. "Mas mesmo nos mesmos moldes, temos de considerar que o potencial de mercado ficou mais limitado, já que o número provável de compradores baixou", sublinhou Jorge Borges.

Excluindo o e-escola e o e-escolinha, o mercado de portáteis irá crescer entre cinco a 10 por cento em 2010, fomentado pela crescente penetração dos ultra-portáteis e pela adopção do Windows 7, nomeadamente pelas empresas, na opinião da Toshiba.