Segundo o comunicado da PJ, a operação levou à desarticulação de duas redes criminosas que operavam nas zonas da Grande Lisboa e no Algarve, onde os seis indivíduos que foram detidos aproveitavam o seu acesso privilegiado às bases de dados para recolher a informação de empresas portuguesas de telecomunicações e vendê-la a outras entidades, concorrentes na mesma área de mercado. 

Carlos Cabreiro, coordenador da investigação criminal da PJ, explicou ao TeK que este tipo de crime é "uma realidade que tem vindo a preocupar a PJ, pelo crescimento do roubo de dados e bases de dados, associadas ao negócio".

Sem querer detalhar a operação, nem referir os nomes das empresas envolvidas, o inspetor adiantou que os detidos terão acedido e roubado, "milhares de dados", sobretudo nomes, telefones e moradas, que permitiam o contacto dos concorrentes com os clients, mas o levantamento da extensão do roubo ainda está a ser apurada.

A PJ confirma que está ainda a prosseguir as investigações para deteção e identificação do modo de operação, e para determinar "a extensão do cometimento deste tipo de criminalidade no plano nacional".

Os detidos, três homens e três mulheres, têm idades compreendidas entre os 32 e 60 anos, e no âmbito da operação foram apreendidos também os meios informáticos e as listagens que davam suporte à atividade criminosa.

Como a PJ explica em comunicado, "não obstante a proteção empresarial exercida sobre tais dados pessoais, os autores acediam aos sistemas informáticos corporativos das empresas onde eram trabalhadores, copiavam a informação pessoal de valor comercial para estabelecimento de perfis de utilização, vendendo-os, seguidamente, a terceiros, concorrentes na área de mercado em causa".

Questionado pelo TeK, o inspetor da PJ admite que já tinha havido outras operações dentro da área de roubo de dados, e que neste caso a venda da informação era feita entre pessoas, embora não afaste totalmente a possibilidade dos dados virem a surgir na Internet.

Os detidos vão agora ser presentes ao primeiro interrogatório judicial para determinação das medidas de coação a aplicar.

Para já o caso cinje-se ao processo criminal que envolve os seis indivíduos e as empresas em causa não terão sido responsabilizadas, mas com a nova legislação de data breach o cenário neste tipo de roubos de informação pode mudar. 

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação entretanto recolhida pelo TeK.