(atualizada) O Profiler foi desenvolvido pela tecnológica portuguesa Glintt e está em fase de testes em cerca de 30 farmácias, segundo avança o Correio da Manhã na edição desta quarta-feira.

Terá sido concebido para permitir às farmácias reconhecerem os clientes antes do atendimento, para que seja possível apresentar-lhes publicidade direcionada, através dos ecrãs digitais instalados nas farmácias, enquanto esperam pela sua vez.

Para criar um perfil para cada cliente, o sistema acede à base de dados do cartão Saúda, um "normal" cartão de fidelização, como os que estão associados às cadeias de supermercados e outros retalhistas, mas que neste caso acumula pontos cada vez que é usado para a aquisição de produtos de bem-estar, de medicamentos sem receita médica e de serviços, que depois podem ser trocados por vales.

Na verdade "estamos a falar de uma máquina dispensadora de senhas", especificou fonte da Associação Nacional de Farmácias (ANF) ao TeK, que permite ao cliente identificar-se com o seu cartão de fidelização quando se dirige a uma farmácia que tenha adotado o sistema e que, a partir daí, passa a oferecer publicidade especifica a partir dos ecrãs instalados em loja.

A maior “confusão” está no facto de a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ter garantido ao Correio da Manhã que não foi pedida qualquer autorização para o Profiler estar a funcionar.

Por sua vez, a ANF alega que o funcionamento do sistema não carece de qualquer autorização já que é apenas um “gestor de filas de espera do programa Saúda” e não trata qualquer tipo de dados. “Quem os trata é o Saúda e este está devidamente autorizado pela Comissão Nacional de Proteção de Dados”, sublinhou.

Ao TeK, a Associação Nacional de Farmácias considerou que falar em espionagem “é um absurdo”. Segundo o organismo, no limite pode colocar-se um problema ao nível da interpretação jurídica. "Realmente não foi feito um pedido específico à CNPD para a instalação de máquinas dispensadoras de senhas, mas uma máquina desse género carece de uma autorização específica para funcionar?".

Face às questões levantadas pelo artigo do Correio da Manhã, a ANF afirmou ainda que já se disponibilizou para esclarecer quaisquer dúvidas existentes quanto à normalidade do projeto, perante a CNPD. 

 

Nota de Redação: A notícia foi atualizada com os esclarecimentos prestados pela Associação Nacional de Farmácias ao TeK.