Um relatório da Comissão Europeia concluiu que apesar de o ensino das tecnologias de informação estar implementado nos sistemas de ensino básico e secundários dos diferentes países europeus, as escolas ainda não atribuem importância suficiente a esta área de conhecimento.

Para a UE o ensino de competências específicas, como a área das TI e do civismo, está muito diluído relativamente a outras áreas de ensino mais abrangentes. A importância que é dada à matemática, às ciências e às línguas não tem réplica na preocupação do ensino das chamadas "competências estratégicas", que têm o objetivo de preparar os jovens para as exigências dos mercados de trabalho.

Em sentido oposto, a integração do ensino das tecnologias de informação dentro das disciplinas nucleares também não acontece. O estudo feito pela Eurydice, departamento responsável pelos estudos de educação, concluiu ainda que apesar do aumento de países que adotaram o ensino de competências estratégicas nos seus planos curriculares, a maneira como esta implementação foi feita conhece diferentes graus de profundidade dependendo dos países.

Outro dos problemas apontado está relacionado com os modelos de avaliação que devem ser adotados. Em nenhum dos 31 países que participaram no estudo existe qualquer tipo de avaliação específica para as competências ligadas às tecnologias da informação.

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Portugal não apresenta estratégias de ensino em algumas das áreas que devem promover a competência dos alunos, mas no capítulo das "competências digitais" Portugal já é considerado como tendo uma estratégia nacional de ensino. Dos 32 sistemas de ensino analisados (que contemplam diferenças como o Reino Unido-Inglaterra e Reino Unido-Escócia), apenas três ainda não têm um plano de educação na área das competências digitais.

"Apenas dotando as crianças e os jovens das competências necessárias, incluindo as competências transversais, é possível garantir que a União Europeia terá os meios necessários para se manter competitiva e explorar as oportunidades da economia do conhecimento. Este estudo identifica os aspetos a melhorar e, sobretudo, aquilo que é preciso fazer para proporcionar mais oportunidades aos nossos jovens", afirmou em comunicado a Comissária Europeia responsável pela Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude, Androulla Vassiliou.

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O relatório aparece no seguimento da iniciativa "Repensar a Educação" que arranca amanhã pela mão da Comissão Europeia. O objetivo é identificar os problemas dos modelos de ensino atuais e tentar adaptá-los às necessidades e exigências do mercado de trabalho.

Recorde-se que no ano passado o Governo português anunciou uma reformulação do curriculo do ensino das TIC que tem vindo a ser contestada pelos professores da disciplina, que temem perda de competências nesta área.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico