Apesar das críticas o plano da Austrália para filtrar o acesso à Internet naquele país vai mesmo avançar, confirmou hoje o Governo daquele país. O sistema tem vindo a ser testado nos últimos sete meses e terá mostrado eficácia no bloqueio ao acesso a sites de pedofilia, crime, violação e detalhe de utilização de drogas.

A legislação para a introdução do novo sistema deverá ser discutida no Parlamento australiano em Agosto do próximo ano, estando previsto um prazo de implementação de 12 meses depois da sua aprovação.

O sistema é semelhante ao que foi desenvolvido na China e que gerou críticas sobre a limitação da liberdade de expressão, levando até a uma queixa formal dos Estados Unidos . O Governo chinês acabou por recuar na intenção de instalar o sistema em todos os computadores vendidos, como era planeado, embora mantenha o bloqueio global na navegação Internet, conhecido como “A grande firewall da China”.

O ministro das comunicações, Stephen Conroy, admitiu que não existe uma solução perfeita para aumentar a segurança na Internet, mas que este sistema de filtragem que a Austrália está a testar provou ter uma fiabilidade de 100% na filtragem de conteúdos de sites RC (refused classification) e um impacto mínimo na velocidade de acesso à Internet.

Para além deste filtro, os fornecedores de acesso à Internet podem continuar a oferecer sistemas que impeçam o acesso a sites de sexo, classificados como pornográficos, que serão opcionais.

A lista de sites banidos será actualizada e mantida por um órgão de classificação independente, podendo os utilizadores apresentar uma queixa pública sobre um determinado site que esteja bloqueado.

A oposição à introdução do sistema tem-se acumulado, quer da parte dos utilizadores de Internet quer da indústria de pornografia, que mantém sites legítimos e classificados e que teme que o acesso seja bloqueado.