As crianças só navegam em desktop quando não existem aplicações móveis ou quando os conteúdos são de mais fácil consumo em ecrãs maiores, conclui a Kaspersky no seu mais recente estudo anual sobre os interesses dos mais novos enquanto navegam na internet.

O relatório, feito a partir dos dados estatísticas anónimos das soluções de Controlo Parental da Kaspersky Lab para Windows e Mac, conclui também que, em média, as crianças a nível mundial comunicam, jogam e têm acesso a conteúdos adultos em menor quantidade do que há um ano, mas acedem a websites com informações sobre drogas, álcool e tabaco com mais frequência.

Entre maio de 2016 e abril de 2017, os mais novos acederam a plataformas de comunicação como redes sociais, messengers ou emails. Os jogos caíram de 11% para 9% e os sites de conteúdos adultos representam agora 1,2% em vez de 1,5%.

Paralelamente, acessos a páginas que contém informação sobre drogas, álcool e tabaco representam agora 14%, face aos 9% no ano anterior. O interesse em páginas com software, áudio e vídeo aumentou também: 6% versus 3%.

“Estamos perante uma grande alteração nas atividades online das crianças, de computadores a dispositivos móveis. As crianças agora só utilizam os computadores para acederem a sites que não têm uma aplicação móvel ou que são mais fáceis de ver em ecrãs maiores”, afirma Alfonso Ramírez, diretor geral da Kaspersky Lab Iberia, na nota enviada à imprensa.

Isto pode explicar o porquê dos acessos a plataformas de comunicação no computador terem diminuído, mas a proporção de páginas com temas sobre “álcool, tabaco ou narcóticos” ter aumentado. “A diminuição no acesso a jogos não significa que as crianças joguem menos, a verdade é que entram em menos sites mas passam várias horas a jogar nos mesmos”.

O relatório demonstra ainda que as crianças mais conversadoras vivem no mundo árabe onde 89% revela usar plataformas de comunicação. As crianças norte-americanas são as que menos usam o computador para esse propósito – apenas 28% dos casos.

Sites sobre narcóticos, álcool e tabaco são mais populares na América do Norte (32%), Oceânia (30%) e Europa Ocidental (26%), enquanto as crianças do mundo árabe têm menos probabilidades de aceder a estes – apenas 3% dos casos.

A categoria de jogos segue o mesmo padrão: é mais popular na América do Norte (20%), Oceânia (20%), Europa Ocidental (18%) e menos popular no mundo árabe (2%). Curiosamente, o Extremo Oriente destaca-se na categoria de ecommerce, representando 13% das deteções face à média global de 5%. Crianças no Extremo Oriente também acedem mais vezes a websites de software e conteúdo adulto que as crianças de outras regiões.