DRM: as "algemas digitais" que prendem os movimentos no mundo digital

Pode não saber o que são os Digital Rights Management (DRM) mas, de certeza, que eles já lhe deram algumas dores de cabeça com as limitações impostas.

Quando se compra determinado objeto, música, filme, livro, ou o que quer que seja, parte-se do pressuposto que temos o controlo total sobre a nossa compra mas, a verdade é que, graças aos DRM, isso pode não funcionar assim.

Como explica o Defective By Design, os DRM são “a prática de impor restrições tecnológicas capazes de controlar o que os utilizadores podem fazer com os ficheiros digitais”. Em simples palavras, isto impede que o utilizador consiga assistir a um DVD num leitor que não seja aprovado pela empresa, que não consiga reproduzir um ficheiro de música que comprou num equipamento que não seja da marca, e que podem obrigar à compra de um hardware/software específico para correr o que o utilizador comprou e que poderia funcionar perfeitamente noutro tipo de equipamentos.

No domingo, dia 9 de junho, celebrou-se o Dia Internacional contra os DRM e a iFixit chamou à atenção daquilo que considera ser um problema relacionado com estas regras impostas pelas empresas. Se já se torna aborrecido ficarmos limitados a nível do conteúdo que compramos, o cenário torna-se um pouco pior quando o próprio hardware vem programado de origem para simplesmente não funcionar com outros elementos que não sejam da marca.

Por exemplo, quando o utilizador compra uma impressora nova sabe que, supostamente, tem, pelo menos, duas hipóteses disponíveis: utilizar os tinteiros da marca e comprar sempre novos ou então reabastecer os cartuchos comprados. O problema surge quando, ao recarregar os tinteiros (porque lhe sai mais barato ou porque não imprime documentos que justifique o investimento extra num tinteiro novo), a impressora simplesmente se recusa a imprimir porque os tinteiros colocados não são “autorizados pela empresa”.

Normalmente as empresas defendem-se alegando que é uma medida de proteção a fim de impedir que o equipamento se estrague mas, na verdade, se o utilizador comprou o equipamento devia ter a liberdade de poder escolher se quer seguir as recomendações da marca ou não, aceitando, claro, as consequências impostas pela empresa para os casos de avaria por utilizar equipamentos de terceiros.