Recorrer ao motor de busca quando temos uma dúvida torna o cérebro mais preguiçoso e faz dos internautas mais estúpidos? A pergunta tinha sido lançada por Nicholas Carr, num artigo publicado ainda em 2009, e foi replicada pelo Pew Internet & American Life Project no 4º inquérito ao "Futuro da Internet".

Apesar de reconhecerem as distracções associadas à navegação Internet, a falta de profundidade de muitos conteúdos e a limitação à capacidade de concentração, os utilizadores que responderam acreditam que o cenário mais provável é que até 2020 a disponibilidade de informação na Internet permitirá às pessoas tornarem-se mais inteligentes e fazer melhores escolhas. Em resumo: Nicholas Carr estava errado e o Google não nos torna mais estúpidos.

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A co-autora do estudo, Janna Anderson, mostra que três em cada quatro dos especialistas consultados concorda que o uso da internet realça e alarga a inteligência dos internautas, e que dois em cada três admitem que melhora a capacidade de leitura e escrita, assim como a interpretação do conhecimento.

A mudança das capacidades cognitivas é também reconhecida. Não teremos de nos lembrar de tantos dados, reduzindo o tempo de memorização, mas será necessário pensar de forma mais eficaz, com capacidades críticas e analíticas mais desenvolvidas.

Jamais Cascio, um sócio do Institute for the Future e participante do Institute for Ethics and Emerging Technologies, já tinha desafiado a teoria de Nicholas Carr, explicando que o fim da era do combustível fóssil, a fragilidade do sistema global de alimentação e o crescimento da densidade populacional, assim como a disseminação de pandemias, nos vão obrigar a ser mais espertos, se quisermos sobreviver. Um processo que já está a decorrer e que é visível na Internet.