O estudo foi conduzido pela Ipsos e o Centre for International Governance Innovation (CIGI), em colaboração com a United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD) e envolveu mais de 24 mil inquéritos em 24 países, onde se contam a Austrália, Brasil, Reino Unido ou Suécia, mas não Portugal. E os resultados mais preocupantes são a revelação de que os internautas estão cada vez mais preocupados com a privacidade e o roubo de dados.

As notícias relacionadas com ataques informáticos não ajudam a aumentar a confiança, e segundo o inquérito realizado os principais receiros dos internautas centram-se nos cibercriminosos (82%) mas também se alargam às empresas de internet (74%) e aos governos (65%), o que se torna preocupante, sobretudo pela forte ligação existente entre a confiança e as compras online.

A questão é mais relevante no Médio Oriente, África e América Latina, onde o desenvolvimento do comércio online está mais atrasado. O comportamento dos utilizadores é bastante diferenciado nas várias regiões do mundo e se na China, India e Indonésia mais de 86% dos inquiridos admite fazer pagamentos com o telemóvel no próximo ano, esta possibilidade está no radar de menos de 30% dos utilizadores em França, Alemanha e Japão.

As barreiras existem também em compras além-fronteiras. 55% dos inquiridos afirmam que preferem fazer compras online no seu próprio país, como se pode ver nos dados partilhados no estudo.

Recorde-se que na Europa os números de comércio online são mais positivos. Em 2015 o comércio eletrónico na Europa gerou 455,3 mil milhões de euros, valor que representa uma subida de 13,3% e a previsão apontava para que em 2016 as compras online feitas no Velho Continente ultrapassassem os 500 mil milhões de euros pela primeira vez.

Em Portugal os números são mais modestos mas o potencial de crescimento é grande e os dados da ACEPI revelam que, até 2025, o volume de compras online no país deve chegar aos 9 mil milhões de euros, face aos pouco mais de 3 mil milhões registados em 2015.