De acordo com um dos mais recentes estudos da Universidade Nacional da Austrália, a internet está a influenciar positivamente os índices de criminalidade juvenil. No estado australiano de Nova Gales do Sul, que serviu como objeto de análise, os internautas mais jovens estão a trocar as ruas pelo Facebook e pelo Netflix.

A equipa de investigação comparou os registos criminais dos cidadãos com idades compreendidas entre os 10 e os 21 anos, com o arquivo de atividades criminais praticadas por indivíduos nascidos em 1984, durante o período em que tinham estas mesmas idades. A pesquisa mostra que, aos 21 anos, a proporção da população que teve contacto com o sistema de justiça criminal desceu. A queda foi abrupta em alguns segmentos, como é o caso do roubo de veículos (menos 59%), do assalto a casas (menos 59%) e da condução sob o efeito álcool (menos 49%).

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Jason Payne, criminologista e investigador responsável pelo estudo, afirma que há muito poucas dúvidas de que esta mudança comportamental esteja diretamente relacionada com uma alteração nos hábitos dos jovens. "A crescente utilização dos sistemas caseiros de entretenimento reduz as oportunidades para a prática de crimes tradicionais", explica.

Em contrapartida, os jovens mais familiarizados com a internet, podem revelar comportamentos criminais online que, de momento "reúnem muito menos escrutínio por parte dos progenitores e das autoridades".

Apesar disso, a influência destes serviços digitais no mundo real parece ser bastante substancial. No que toca aos delitos relacionados com o consumo de drogas, a redução de ocorrências foi de 22%. Outros dos sectores em que se registou um decréscimo assinalável foi no vandalismo de propriedades públicas e privadas, que evidencia uma queda na ordem dos 56%. Crimes violentos praticados por indivíduos na faixa etária acima referida, caíram 32%.