Numa altura em que confiamos boa parte da nossa vida à internet e aos equipamentos eletrónicos que utilizamos para a usar, a gestão das passwords que protegem os nossos dados é, como constata a Kaspersky, "uma das medidas de segurança mais essencial" e, simultaneamente, "uma das mais chatas".
É que "as palavras-passe curtas são fáceis de memorizar, mas não são seguras; as maiores e mais seguras [por outro lado] são difíceis de recordar". E com este contexto, torna-se difícil de articular e gerir todas as passwords em todos os aparelhos e contas que utilizamos diariamente. No dia Mundial das Passwords, que se celebra esta sexta-feira, dia 5 de maio, a Kaspersky deixa-lhe 10 conselhos que o vão ajudar a tratar o seu leque de palavras-passe de forma mais eficiente.
Primeiro, a empresa russa sublinha que a complexidade da password não está relacionada com a aleatoriedade da mesma, mas sim com o quão difícil será de hackar. Na prática, esta deve ter "pelo menos oito símbolos, incluindo letras maiúsculas e minúsculas e sinais de pontuação".
E se acha que palavras lexicadas, nomes próprios, datas de nascimento e outras combinações lógicas, como 123456 ou qwerty, são boas alternativas, desengane-se. Estas palavras devem ser esquecidas. Aliás, é exatamente por sugestões destas que é composta quase toda a lista de "25 passwords que não deve utilizar na internet" da SplashData.
Se a imaginação para criar uma boa passe lhe faltar, a Kaspersky sugere que utilize este método: pense numa frase, na letra de uma música, numa conhecida fala de um filme ou numa passagem de uma canção de infância, depois tire a primeira letra das primeiras cinco palavras que compõem a frase e, entre cada letra, adicione um caracter especial. "Assim terá uma password", escreve a tecnológica especialista em segurança digital.
Para que seja fácil de decorar, não se esqueça que é melhor associar esta password a uma história que consiga associar a uma imagem ou uma fotografia. Se pensar numa fala de um filme, por exemplo, o exercício torna-se mais prático porque há uma componente visual que o pode ajudar a recordar da palavra sempre que precisar dela. Depois tente dar um seguimento lógico aos símbolos que vai integrar na palavra. Escrever a palavra-passe no teclado várias vezes também ajuda.
Utilizar palavras estrangeiras também não é uma boa ideia. Especialmente se forem inglesas. Escreve a empresa russa que "os hackers têm dicionários especiais que contêm este tipo de combinações, por isso, este método não acrescenta qualquer segurança".
Um dos conselhos mais óbvios é que nunca partilhe a palavra-passe com ninguém. Mas a Kaspersky adiante que também não convém partilhar o método utilizado para a sua criação. "Se um hacker descobrir um utilizador que se aproveita das letras das suas músicas preferidas para cirar as palavras-passe, pode analisar o perfil do mesmo nas redes sociais e aceder à sua conta".
No caso de partilhar um computador com o resto da família, é também aconselhável que trate de criar vários perfis de utilizador. Não por falta de confiança com os restantes membros, claro, mas porque estes não só podem ser persuadidos a revelar as passwords, como podem fazê-lo acidentalmente.
A exclusividade é também muito importante. Utilize uma palavra-passe por cada site ou serviço que utilizar. "Especialmente para as contas bancárias online, de email e das redes sociais". Embora estas plataformas estejam, regra geral, fortemente protegidas, outras, como sites de encontros, não estão. Criar uma palavra passe que seja transversal a todas as suas contas é, por isso, montar um rastilho que se acende numa ponta e explode na outra, levando tudo atrás.
Por último, a empresa alerta que também não é boa ideia "optar por combinações sem sentido, guardar palavras-passe em papel, numa drive ou noutro qualquer dispositvo".
Apesar destes passos serem, na maior parte das vezes, ignorados, os utilizadores não se podem esquecer que as passwords são o "portão" que impede a entrada de intrusos no seu espaço pessoal, onde há por vezes dinheiro e dados sensíveis que podem ser roubados e expostos, prejudicando não só o seu proprietário como, possivelmente, os seus contactos.
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