O director editorial da Assírio e Alvim revelou que a editora portuguesa pretende disponibilizar em formato digital alguns dos livros que se encontram esgotados e cuja reimpressão em papel não se apresenta como viável.

Entre as obras visadas estão principalmente "livros de ficção, de ensaio, datados e que a Assírio não tem muito interesse em publicar porque a publicação tradicional acarretaria custos que não teriam o retorno necessário para justificar o investimento", explicou Vasco David, em declarações à Agência Lusa.

De acordo com este responsável, o formato digital torna menos arriscado "editar projectos difíceis, livros que sabemos que não vão vender muitos exemplares", porque quase não implica custos.

Actualmente a editora encontra-se a desenvolver contactos e a estudar a melhor forma de concretizar o projecto, nomeadamente no que concerne a plataformas para disponibilização dos conteúdos e à adaptação do seu site. "Em meados de 2010 gostávamos de ter o projecto em marcha", disse o porta-voz da empresa.

Sem que tenham sido revelados nomes de autores ou obras a incluir na iniciativa, ficamos a saber que a poesia - um dos géneros mais publicados pela Assírio e Alvim - não deverá ser abrangido pelas primeiras edições digitais, devendo ser antes esperados géneros como "o ensaio, o livro técnico e o de auto-ajuda". Por conhecer ficaram também as intenções da editora no que respeita à política de preços a cobrar pelo acesso aos conteúdos.

Os livros digitais continuam a ganhar adeptos por todo o mundo. Embora em Portugal a oferta de leitores ainda seja tímida e só recentemente o país tenha sido colocado na rota de distribuição do Kindle, Vasco David acredita que a oferta de dispositivos vai aumentar, e "com certeza haverá forma de colocar livros em português [nesses suportes]".