A cronobiologia estuda o ritmo interno do organismo e divide a população em três cronotipos básicos: matutinos, vespertinos ou indiferentes. E isso pode ter influência no comportamento social. Para pesquisar como o ritmo circadiano influencia as relações nas redes sociais, e qual o impacto que o cronótipo de uma pessoa tem sobre os indivíduos com os quais interagem, a investigadora da Universidade de Aalto, na Finlândia, estudou a rede social e os padrões de sono de mais de 1.000 indivíduos por um período de um ano.

Aos participantes foram dados smartphones com uma aplicação que media a atividade do telefone como as vezes que era usado e o número de pessoas para quem ligavam ou escreviam. Segundo Aledavood, foram utilizados “dados ´screen-on´ com o horário dos eventos das aplicações de recolha de dados do smartphone para atribuir um cronótipo comportamental a cada participante".

Os voluntários foram classificados como “cotovias” se tivessem uma maior atividade matinal (entre as cinco e as sete horas da manhã) e como “corujas” se fossem mais ativos entre a meia noite e as duas da manhã. Os restantes, mais de metade dos participantes, foram classificados como intermediários.

Depois, foi criada uma rede social que mostrava as ligações de todos os participantes, em que, cada indivíduo era um ponto que se unia a outro caso se tivessem comunicado por chamada ou mensagem de texto.

O passo seguinte foi a análise das redes sociais associadas às “corujas” e às "cotovias". Foi verificado quão popular era cada ligação, qual a probabilidade de um membro se ligar a outros do mesmo grupo e qual o papel desempenhado nas redes de cada um.

Para a investigadora, os resultados permitem uma leitura interessante: "As corujas ativas ao longo da noite possuem redes pessoais mais extensas do que os matutinos, embora com contatos menos frequentes para cada membro da rede", sendo também mais centrais na rede social.

Mas, a forma como se conectam entre si, a sua homofilia, foi a descoberta mais surpreendente, uma vez que se revelaram fortemente homofílicos. "Surpreendentemente, essa homofilia não é visível no caso das cotovias", afirmou Talayeh Aledavood.

A explicação poderá passar pelo facto de que os encontros sociais tendem a ocorrer a horas mais tardias, sendo mais propícia a sua participação por parte dos vespertinos, fomentando que as “cotovias” passem mais  tempo sozinhas e interajam com menos pessoas.

E você, é uma coruja ou uma cotovia?