“Na nossa jornada para ligar o mundo, muitas vezes discutimos sobre produtos que estamos a criar e melhorias ao negócio. Hoje quero focar-me na questão mais importante de todas: estaremos a construir o mundo que todos queremos?”.

Começa a assim a carta aberta publicada pelo fundador da maior rede social do mundo, que ao longo de todo o texto reflete sobre o papel da plataforma, não apenas na criação de uma comunidade global de utilizadores, do ponto de vista dos números, mas no verdadeiro sentido do termo comunidade, normalmente usado para descrever as comunidades tradicionais, que nascem e se desenvolvem fora da internet.

Zuckerberg acredita que dar voz, representatividade e sentido de pertença como um todo, aos milhares de milhões de utilizadores que diariamente usam o Facebook é um dos grandes desafios da rede social para os próximos anos, se de facto quiser ter um papel de relevo num mundo onde muitas das estruturas convencionais de representação das comunidades falham nos seus objetivos.

“Na última década o Facebook esteve focado em ligar famílias e amigos. Com essa base, o nosso próximo foco será desenvolver uma infraestrutura social para a comunidade”, garante o responsável e enumera os principais objetivos da estratégia: “para nos dar apoio, para nos manter seguros, para nos informar, para nos envolver socialmente e para inclusão de todos”.

A visão, que entretanto foi também partilhada com os funcionários, como mostra o vídeo abaixo, tem a sua dose de utopia, que o próprio Mark Zuckerberg faz questão de sublinhar no texto. O responsável admite que a tarefa a que se propõe é “maior que qualquer organização”, mas em simultâneo considera que o Facebook pode ter um papel relevante nessa mudança. As cinco áreas destacadas: promoção de redes de apoio, segurança, informação; cidadania e inclusão são aqueles onde a empresa quer trabalhar. 

O texto pode ser lido na integra online e é também lá que Zuckerberg cita a sua frase favorita sobre tecnologia: “Sobrestimamos sempre o que podemos fazer em dois anos e subestimamos o que podemos fazer em 10”.

Já houve quem considerasse o timing da mensagem não alheio ao momento político que se vive nos Estados Unidos, com a ascensão à presidência de Donal Trump. Numa entrevista telefónica à Associated Press Mark Zuckerberg garante que nada tem a ver.