A Microsoft propôs à News Corp. que retirasse os seus conteúdos noticiosos dos resultados de pesquisas do Google, e está disposta a pagar por isso. A notícia foi avançada ontem pelo Financial Times, que citava uma "fonte próxima das negociações", cuja identidade não foi revelada.

De acordo com as informações a que o jornal inglês teve acesso, as negociações encontram-se ainda numa fase embrionária, mas representam um novo fôlego na polémica sobre o pagamento para indexação de conteúdos noticiosos nos resultados dos motores de busca, que tinha sido desvalorizada pela Google há pouco tempo.

A iniciativa terá partido da News Corp - uma das maiores empresas na área do entretenimento e informação e responsável por edições como o Wall Street Journal, The Sun, Daily Telegraph e New York Post - mas o Financial Times afirma que a Microsoft terá entretanto entrado em contacto com outros produtores de conteúdos online, com vista a negociar a remoção das suas notícias do Google.

Tanto a News Corp como a Microsoft se recusaram a comentar o assunto, no entanto, um dos editores contactados pela empresa de Redmond - cujo nome também não foi revelado - afirma que a investida da Microsoft confere um grande valor aos conteúdos, caso os motores de busca - que no caso da Microsoft é o Bing - estejam dispostos a pagar pelo direito de indexá-los nas suas pesquisas.

Recentemente, o director da Google para o Reino Unido tinha afirmado, numa conferência na Sociedade de Editores inglesa, que os conteúdos noticiosos não eram essenciais à sobrevivência da empresa, não constituindo uma grande fonte de receitas.

A confirmar-se, o acordo representa um ataque directo da Microsoft à Google - que se vê na iminência de vir a ter de pagar pelos conteúdos - e uma nova esperança para a imprensa, há muito tempo em busca de estratégias para rentabilizar o negócio online.