Durante uma conferência de imprensa em Madrid, José Selvi, investigador sénior da Kaspersky Lab, esteve à conversa com o TeK sobre a atual conjuntura do mundo da segurança cibernética.

O investigador explicou que existem três objetivos que regem as campanhas de cibercrime: obtenção de dinheiro, furto de informações ou, simplesmente, infligir danos.

Selvi disse que não existe uma ciberameaça principal, mas sublinhou que o ransomware (técnica utilizada para encriptar dados da vítima e exigir um resgate para recuperar o acesso) é cada vez mais frequente e que vai continuar a ganhar tração ao longo dos próximos tempos. Isto porque as pessoas estão dispostas a pagar para reaver os seus dados ou para recuperar o acesso a eles.

O ransomware é uma técnica “bastante lucrativa”, porque os alvos são “pessoas comuns, que não são especialistas em segurança”, explicou ao TeK. É muito fácil e rentável levar os utilizadores a clicar em hiperligações ou a abrir anexos infetados com malware, segundo Selvi.

As pessoas continuam a ser um elemento crucial na luta contra a criminalidade informática. O investigador disse que o utilizador é um dos alvos prediletos dos hackers, porque ainda são o elo mais fraco da corrente da cibersegurança. É mais lucrativo atacar utilizadores sem competências avançadas em matéria de cibersegurança do que investir contra grandes empresas ou instituições bancárias.

Refletindo sobre o futuro da cibersegurança, Selvi disse que qualquer nova tecnologia é um potencial alvo para hacking, fazendo referência à chamada Internet das Coisas, ou IoT. Maior conectividade gera mais cibercrime, é a conclusão que se tira da observação da esfera tecnológica atual.

O TeK quis saber se a Kaspersky já tinha sido alvo de hacking, ou seja, se “o feitiço” já se tinha virado contra o “feiticeiro”. Apesar de ter sido um pouco evasivo, José Selvi disse que as empresas de cibersegurança são frequentemente alvo de ataques. “Eles [hackers] querem saber o que nós sabemos”, disse ele.