O estudo foi apresentado durante a sessão de abertura do Portugal Digital Summit, a conferência da ACEPI, e mostra que existe uma evolução significativa desde 2009, mas que há ainda um caminho longo a percorrer, sobretudo na preparação das empresas.

Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI, destacou o facto de atualmente 73% da população portuguesa está online, mas que em 2025 serão 91% os portugueses a usar a internet. Já no momento de comprar existe uma diferença, e atualmente apenas 36% dos consumidores usam a internet para fazer compras, sendo que cerca de metade compra sobretudo em sites internacionais, com o Reino Unido e a China na linha da frente.

As estimativas apontadas pelo estudo indicam que o número de consumidores vai quase duplicar até 2025, quando 59% da população vai fazer compras online. E a tendência também está a mudar no tipo de artigos a serem comprados, dominando atualmente a moda e vestuário mas esperando-se um grande crescimento da alimentação e supermercados nos próximos anos, seguindo a tendência de outros países europeus.

Embora os números sejam ainda baixos comparativamente com outros mercados, especialmente na Europa, a maior preocupação da ACEPI centra-se nas empresas. “60% das empresas não têm qualquer presença online. Quer dizer que não existem. Há um esforço importante que deve ser feito”, sublinha Alexandre Fonseca, lembrando que estas empresas que estão mas atrasadas não são as grandes nem as médias, mas sim as pequenas empresas.

Para combater este atraso a ACEPI está a desenvolver várias iniciativas, com parcerias de outras entidades e recurso s fundos europeus, e tem em marcha um projeto para apoio a PMEs do norte do país, o Norte Digital. Ainda esta semana, em que assinala a Portugal Digital Week, a associação vai assinar um acordo com a AICEP para apoiar empresas na transformação digital.

“Há uma oportunidade muito grande no digital. 1,3 mil milhões de pessoas no mundo compram online e é este o mercado em que as empresas se devem focar”, lembra Alexandre Fonseca. “Na internet não á pequenas e médias empresas, temos oportunidade extraordinária de levar o país ao resto do mundo e oportunidade de mais empresas portuguesas explorem”, refere.

Na sua intervenção, Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, lembrou também que o digital “não é uma escolha que podemos fazer ou não.  É uma revolução que está a mudar todos os sectores da economia”.

O ministro lembrou as várias iniciativas desenvolvidas pelo Governo, nomeadamente a da Indústria 4.0 e avisou que "Ou abraçamos [esta mudança] e estamos na linha da frente, ou nos deixamos levar na onda. [...] Se estivermos na crista da onda podemos estar a aproveitar muitas das oportunidades e a economia portuguesa tem capacidade para o fazer".

Durante a sua intervenção no Portugal Digital Summit, Manuel Caldeira Cabral lembrou ainda que “a responsabilidade de aderir a esta revolução digital é de todos. Tem de ser o mundo digital português a puxar pelo mundo empresarial português”.

A conferência está a ser acompanhada em direto com um streaming do SAPO, que permite ver as apresentações no Auditório 1 e Auditório 2 do MEO Arena.

Auditório 1