Páginas institucionais e do Governo italiano foram visadas num ataque dos piratas informáticos pró-russos Noname057(16), entre elas a da primeira-ministra, Giorgia Meloni.

De acordo com a agência de notícias italiana ANSA, além do site de Meloni, foram igualmente visadas as páginas dos ministérios dos Transportes e Infraestrutura e das Empresas e do Made in Italy, além de um subdomínio da polícia fiscal, Guardia di Finanza.

A Agência Nacional de Cibersegurança avisou as autoridades e está a trabalhar para contrariar os efeitos dos ataques. Até ao início da tarde de hoje, não tinham sido registadas perturbações específicas.

Entre os britânicos, as queixas visam piratas informáticos chineses. As autoridades do Reino Unido confirmaram hoje que os nomes e os dados bancários de milhares de membros das forças armadas britânicas foram expostos numa fuga de dados num sistema de pagamentos. O ministro da Defesa, Grant Shapps, vai fazer uma declaração na Câmara dos Comuns esta tarde sobre o assunto.

A estação Sky News noticiou a suspeita de que piratas informáticos chineses estejam por detrás do ataque, mas o Governo não confirmou a autoria. A Embaixada da China no Reino Unido classificou a sugestão de envolvimento como "calúnias completamente fabricadas e maliciosas".

"A China não encoraja, apoia ou tolera ciberataques. Ao mesmo tempo, opomo-nos à politização das questões de cibersegurança e à difamação infundada de outros países sem provas factuais", disse um porta-voz da missão diplomática.

A fuga ocorreu num sistema de pagamento de salários de uma empresa terceira que detém os dados bancários de todo o pessoal das forças armadas em serviço e de alguns veteranos. Em alguns casos, os endereços também podem ter sido expostos. Até à data, os investigadores não encontraram provas de que os dados tenham sido retirados.

Tobias Elwood, ex-militar e antigo presidente da comissão parlamentar de defesa, argumentou que o ataque tem todas as características de um ataque informático chinês. “A utilização de nomes de funcionários e de dados bancários aponta para a China”, disse à BBC. “Pode ser parte de um plano, parte de uma estratégia”, acrescentou.

A notícia levou outros deputados Conservadores críticos do regime chinês a renovar a pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, para endurecer a posição de Londres.

Em março, o Reino Unido e os Estados Unidos alegaram que piratas informáticos ligados ao governo chinês tinham visado funcionários, deputados, jornalistas, empresas, ativistas pró-democracia e a comissão eleitoral britânica numa campanha de ciberataques “maliciosos”.

Os dois países impuseram sanções a várias pessoas e nomearam alegados piratas informáticos, que se crê estarem todos a viver na China. Pequim rejeitou na altura estas acusações.