Uma em cada cinco adolescentes já foi vítima de bullying através da Internet, conclui um estudo da Universidade de Kingston (Londres), agora divulgado.

De acordo com os dados apresentados, a maior percentagem de jovens que foi vítima de ameaças e actos de violência praticados por colegas com recurso às novas tecnologias regista-se entre as raparigas (28%). Entre os rapazes a incidência baixa para os 13 por cento, mas estes são também o grupo que apresenta menos tendência para reagir a situações de abuso.

A análise da universidade londrina sobre o comportamento online dos jovens - uma das maiores efectuadas até à data em Inglaterra - mostra também que uma grande percentagem das crianças adopta comportamentos de alto risco quando usam a Internet, entre os quais se incluem a partilha de informação com desconhecidos.

Os responsáveis inquiriram 1.700 jovens com idades entre os 11 e os 16 anos, para perceber qual o seu grau de conhecimento sobre práticas de segurança online. Julia Davidson, que conduziu o estudo, diz que os resultados são preocupantes e espera que estes constituam um alerta para pais, crianças e legisladores dos perigos da Internet, advertindo que "um número significativo de jovens adopta comportamentos que um adulto consideraria perigoso", entre os quais inclui a partilha de fotografias e dados pessoais online.

As raparigas são consideradas um grupo de maior risco porque fazem mais uso das ferramentas de media social, como as redes sociais, os serviços de Instant Messaging (chat) e apresentaram maior predisposição para partilhar informações pessoais com desconhecidos.

A especialista - que alerta para a necessidade de "compreender melhor" o comportamento online dos adolescentes para encontrar políticas e práticas de segurança mais eficazes - explica que este tipo de atitude é frequentemente encarado como normal entre os mais novos.

Mais de um terço dos entrevistados afirma ter dito a sua idade e o endereço de email a pessoas que conheceram online e um em cada cinco forneceu o seu nome completo, o nome da escola que frequentam e fotografias de si próprios. Um número significativo diz ainda que não pretende alterar a sua conduta.