A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) vai reunir muito brevemente com os responsáveis da Google com vista à discussão da futura digitalização de obras através dos serviços da gigante da Internet.

A informação foi avançada à Lusa pelo presidente da SPA, Jorge Letria, que diz que estar “expectante” face à evolução do mercado de livros electrónicos. "Estamos expectantes, não estamos sequer receosos nem apreensivos", assegurou José Jorge Letria à agência Lusa, defendendo que, "quem quiser fazer vingar estas novas tecnologias no mercado", terá de levar em conta os autores e as sociedades que fazem a gestão dos seus direitos, ou estará a cometer "actos de pura pirataria".

O responsável considera que as novas tecnologias podem ser o maior aliado dos autores “quando se trata de multiplicar, reproduzir e fazer chegar as obras a cada vez mais público”. O presidente da SPA salienta no entanto que, se não for regulada, a sua utilização pode transformar-se num dos maiores inimigos dos criadores e de quem os representa.

As situações que mais preocupam a associação que representa os autores portugueses serão as reproduções em suporte digital de obras que ainda não se encontram no domínio público, acrescentou José Jorge Letria.

O programa de digitalização de livros do Google não tem decorrido pacificamente, tendo sido alvo de várias as queixas de autores e editores, nomeadamente na Europa.

Num acordo alcançado recentemente com a CE, a empresa norte-americana comprometeu-se a retirar da lista de livros todos os títulos que ainda estejam à venda no continente europeu e a negociar, directamente, com os editores europeus e autores no sentido de voltar a incluir estas edições no Google Books. Será neste quadro que se insere o encontro agora anunciado com a SPA.