Apenas 31% dos portugueses fizeram compras online em 2015 segundo os mais recentes dados do Eurostat. O valor fica muito abaixo dos 81% registados no Reino Unido, um dos mercados de referência do sector, estando também longe da média europeia de 53%.

Entre os portugueses são os jovens adultos os maiores adeptos das compras online, principalmente na faixa entre os 25 e os 34 anos (59%). O entusiamo pelo comércio eletrónico vai diminuindo à medida que avança a idade.

A preferência pelas compras em pessoa, receios relacionadas com o pagamento ou com a privacidade, questões sobre a encomenda ou entrega, o facto de preferirem a compra numa loja por motivos de garantia são algumas das razões apontadas, no geral, por quem não costuma fazer compras através da Internet e prefere fazê-lo offline.

Em Portugal, especificamente, as constantes promoções e as campanhas de desconto que as marcas fazem sucessivamente nas lojas físicas, principalmente no mercado de produtos tecnológicos, são um dos fenómenos que mais tem prejudicado o comércio eletrónico, na opinião de Miguel Faias, Retail Manager da GfK Portugal, em declarações ao TeK..  

O sector de produtos tecnológicos é um dos de maior peso no ecommerce português, com o maior destaque para os smartphones, PCs portáteis e televisores, mas nem isso parece dar dinâmica suficiente às compras online, nota o responsável.

“[O online] Tem sido um canal de vendas que se tem desenvolvido muito e de forma rápida, mas que não tem conhecido o sucesso de outros países”, refere Miguel Faias, sublinhando que nos países da Europa Ocidental, a média das vendas online no total ronda os 22%, quando em Portugal é de 4%.

Um dos grandes desafios que se colocam ao ecommerce, em termos mundiais, diz respeito ao estabelecimento dos preços de entrega. “Muitas vezes, este fator, principalmente se tivermos a falar de encomendas transfronteiriças, pode representar um acréscimo significativo no valor dos produtos que deixa a compra mais cara do que optar pela compra numa loja local”.

Portugal, o país dos smartphones

São o produto mais desejado, principalmente os topo de gama, num fascínio que também se justifica por serem um dispositivo do dia-a-dia. Os smartphones lideram as compras de produtos tecnológicos em Portugal e um pouco por todo o mundo. Os tablets ficam para trás.

O mercado português de Produtos Tecnológicos para o Lar (PTL) tem evoluído bastante bem da forte queda registada em 2011 e 2012, quando retraiu mais de 20%, relativamente aos valores de registados em 2010.

“Daí para cá, o mercado tem recuperado, apesar do valor que deve registar em 2015 ficar ao nível do ano de 2005”. 

O segmento das telecomunicações tem sido um dos que mais contribui para esta recuperação, a “reboque” dos smartphones, que no terceiro trimestre de 2015 conseguiam um crescimento de 17% em comparação homóloga. Nos primeiros nove meses do ano passado o mercado dos produtos tecnológicos de telecomunicações ultrapassava os 500 milhões de euros em receitas.

Já no que diz respeito à informática - PCs e tablets - a quebra era de 13%, ainda que a faturação fosse de 131 milhões de euros. Os portáteis garantiam quase 60% deste segmento, com os tablets a caírem pela primeira vez abaixo dos 20%.

“O produto rei no mercado tecnológico, em Portugal e no mundo, são os smartphones, principalmente os artigos topo de gama. São os produtos mais desejados e também aqueles que a pessoa acaba por dar mais uso no seu dia-a-dia”, indica Miguel Faias. “É o produto que permite às pessoas estarem sempre ligadas ao mundo”. 

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