A Deloitte prevê que este ano as empresas de semicondutores invistam 300 milhões de dólares em inteligência artificial, para apoio ao desenho e produção de semicondutores. Até 2026, o investimento nesta área continuará a crescer a um ritmo de 20%, para chegar aos 500 milhões de dólares em 2026.

O design de chips com recurso a inteligência artificial ajuda os fabricantes a gerirem melhor o tempo de produção e custos associados, o que a longo prazo deverá ter um impacto positivo na cadeia de abastecimento e evitará novas situações de escassez como as vividas recentemente, espera-se.

Nesta mesma área, a produção de chips a partir de materiais semicondutores de alta potência, como o nitreto de gálio ou o carboneto de silício, também estão a ganhar destaque. Estas alternativas ao silício são necessárias para conseguir chips resistentes a tensões mais altas e níveis de potência elevados, como requerem as baterias de veículos elétricos, carregadores supereficientes, painéis solares potentes ou aplicações militares avançadas.

Neste domínios, a performance do silicio não é tão boa, e como tal estas alternativas têm vindo a ser cada vez mais exploradas. As vendas de chips baseados nelas este ano devem já atingir os 3,3 mil milhões de dólares, valor que representará um crescimento de cerca de 40% face a 2022. Até 2024, o crescimento destes semicondutores compostos deverá alcançar os 60%, para 5 mil milhões de dólares.

Mercado de realidade virtual vai crescer 50% em 2023

Estas estimativas constam do estudo anual da Deloitte, com antecipação de tendências para os mercados de tecnologia, telecomunicações e media. Neste TMT Predictions 2023, olhou-se também para o mercado de realidade virtual, para considerar que até final deste ano deverá gerar receitas de 7 mil milhões de dólares, a nível global, mais 50% que em 2022.

A esmagadora maioria desta receita (90%) virá da venda de headsets, um acessório que continua com enorme margem para crescer porque poucos ainda o têm. O restante serão vendas de conteúdos, sobretudo de jogos, mas destaca-se também a venda de aplicações corporativas, que deverão gerar receitas de 700 milhões de dólares.

Na área dos jogos em geral, a Deloitte antecipa um crescimento de 25% nas fusões e aquisições entre empresas do sector, considerando que empresas de videojogos, streamers e até hypescalers estão atentos a estas oportunidades, como forma de expandir o portfólio nas áreas de talento, tecnologia e propriedade intelectual e como forma de chegar rapidamente a novos mercados.

No streaming, o desporto será uma das apostas a motivar maiores volumes de investimento em 2023, apura também a pesquisa. A Deloitte antecipa que as empresas do sector deverão investir mais de 6 mil milhões de dólares em direitos desportivos exclusivos nos maiores mercados globais. “Estão a multiplicar-se os investimentos, alguns bastante avultados, na compra de direitos de transmissão de eventos desportivos numa tentativa de atrair e reter um público cada vez mais exigente”.

O comércio eletrónico, realizado através de redes sociais, será outra tendência em ascensão em 2023. Este mercado deve passar este ano a valer mais de 1 bilião de dólares, assegurados pelos 2 mil milhões de consumidores que vão comprar produtos e serviços por esta via.

A Deloitte prevê ainda um crescimento de 5% para os serviços on demand com base
em anúncios, conhecidos como AVOD (Advertising-based Video On Demand). Até final do ano, quase dois terços dos consumidores em países desenvolvidos devem usar pelo menos um destes serviços, que se tornam cada vez mais populares, como opção de acesso a conteúdos em streaming gratuitos ou com desconto, a troco de ver alguma publicidade.