A PT não considera que o Digital seja uma tendência, mas sim algo que hoje se vive e que veio para ficar e para mudar.

João Sousa, administrador da PT, afirmou durante o Portugal Digital Summit que os modelos de negócio têm de ser capazes de se adaptar aos novos clientes, nascidos no seio do Digital, com hábitos de consumo e exigências bastante diferentes das gerações precedentes.

O Digital tem que fazer parte da estratégia global da empresa, e não pode ser relegado para uma dimensão isolada, segundo o executivo.

Uma estratégia multi-canal é crucial para tirar o máximo proveito das novas tecnologias digitais, e José Ferrari Careto, administrador da EDP Soluções Comerciais, afirmou que o digital permite fazer uma boa segmentação dos clientes, ter uma imagem mais nítida das tendências do mercado e antecipar necessidades.

Acrescentou ainda que uma estratégia digital tem de ser focada fortemente no cliente e deve ambicionar oferecer uma melhor experiência, obter um conhecimento mais profundo do consumidor e criar uma relação mais próxima e intensa com ele.

Dando eco àquilo que aprece ser uma opinião unânime no mercado, João Pedro Azevedo, CEO da Amorim Cork Composites, declarou que “o consumidor move-se no mundo online e no mundo offline, e nós temos que estar presentes nos dois”, sublinhando a importância de um acompanhamento constante do consumidor em todos os canais que este utilize para interagir com o negócio.

No âmbito do segmento B2B, o gestor disse que é necessário estudar as geografias em que a empresa está presente e aferir as necessidades e expectativas dos seus clientes, moldando a sua estratégia digital a estes factores condicionantes.

Numa conferência em que o eCommerce está no cerne de todas as reflexões e discussões, não se podia deixar de falar na evolução dos métodos de pagamento em plena era de “revolução digital”.

“Os pagamentos são o culminar dos processos de compra”, afirmou Luís Flores, CEO da Unicre, referindo o papel transformador do Digital e dizendo que o contactless  é o futuro dos pagamentos.

O CEO referiu que aquilo que descreveu como “Geração Always On”, uma geração que está sempre conectada, catalisa a criação de novos modelos de negócio que pretendem dar resposta às necessidades dos novos consumidores.

Mas para além de fazer brotar novos negócios, as novas tecnologias estão também a mudar os negócios considerados tradicionais, para poderem acompanhar as novas tendências tecnológicas.

Esta digitalização traz desafios aos comerciantes, e algumas oportunidades, de acordo com Luís Flores. As novas tecnologias permitem a estes negócios chegar de forma mais rápida e eficaz ao seu público-alvo. As empresas podem também conhecer melhor os seus clientes, oferecendo-lhes bens mais relevantes e experiências mais personalizadas.

Sendo parte do processo de compra, os métodos de pagamento estão também a ser mudados. Luís Flores afirmou que os sistemas de pagamento online devem “diluir-se” em todo o processo, ou seja, devem integrar-se de forma mais dissimulada nestes processos.

 

Nota de redação: notícia alterada para corrigir o nome de um oradores.