Metade facturação obtida pela HP na área da computadores pessoais no ano passado foi realizada à margem dos canais de retalho, sobretudo devido aos diversos projectos na área da educação em que a empresa esteve envolvida, como revelou hoje em conferência de imprensa Pedro Sacadura-Botte, responsável da área. O impacto do e-escola nas vendas de portáteis e do concurso, ganho pela HP para equipar as escolas com 111 mil novos PCs de secretária, revelaram-se centrais na performance da unidade, que este ano quer reforçar a aposta na área de netbooks e continua a depositar expectativas elevadas nos projectos da educação. "Os projectos de educação são hoje fundamentais para qualquer empresa nesta área", admite o responsável.

Ao longo do ano passado, a HP vendeu 420 mil computadores em Portugal, mais 7 por cento que no ano passado, de acordo com números da IDC. Em termos globais o mercado cresceu 11,8 por cento. O efeito Magalhães representou 20 por cento do mercado e teve um peso de 25 por cento no crescimento registado. Foi aliás o efeito Magalhães que abalou a quota da HP no mercado de portáteis, que terminou o ano na terceira posição do ranking. No mercado global e de desktops a empresa manteve a liderança. Nos netbooks a quota é de 10 por cento, com objectivo de aumentar este ano.

Os dados foram fornecidos numa apresentação da empresa que serviu para fazer o balanço de actividade em 2009 e apresentar perspectivas para este ano, já com a integração da EDS - em Portugal realizada só no ano passado - concluída.

No ano passado, a HP Portugal conseguiu um volume de negócios de 380 milhões de euros, mais 2,4 por cento que no ano passado. O resultado inclui a consolidação com a EDS em 10 meses do ano. Para este ano a empresa, que no que se refere a 2009 admite ter sentido as consequências da crise e do abrandamento dos investimentos das empresas, como referiu Carlos Janicas director-geral da subsidiária, quer crescer em todas as áreas de negócio.

O negócio de impressão terá sido um dos primeiros a sofrer com a crise e, segundo acredita a empresa, será também um dos primeiros a recuperar, referiu José Correia, responsável da área, que revelou expectativas elevadas para 2010 nesta área, suportadas em larga medida nos esperados investimentos da Administração Pública.

A área de serviços, em termos gerais, concentra os esforços da HP, de forma transversal às várias áreas de negócio e para consolidar o posicionamento da empresa neste campo a compra da EDS foi um passo significativo e que passou a permitir que o outsourcing - área de especialização da companhia - represente na HP Portugal 10 a 15 por cento da facturação. De forma mais abrangente os serviços valem na HP Portugal uma quarto do volume de negócios.

A integração da EDS com a HP Portugal ficou concluída em Setembro. O nome da empresa adquirida desapareceu mas mantém-se a estrutura autónoma do negócio tradicional da HP do qual absorveu algumas áreas de serviços, como o outsourcing TI. Na operação a HP absorveu cerca de 190 colaboradores da antiga empresa e transferiu para a estrutura com ela criada - HP Enterprise Services - e transferiu colaboradores das áreas absorvidas para a nova estrutura, hoje com 350 colaboradores.