De forma direta e informal, como é característico de Elon Musk, o dono da Tesla revelou na sua conta na rede social X que a empresa irá anunciar o seu robotaxi no dia 8 de agosto. A mensagem surge no seguimento de um artigo da Reuters que destaca o cancelamento do modelo do automóvel Tesla mais barato (apontado para os 25 mil dólares), conhecido como Model 2. Os investidores da empresa contavam com este modelo para se expandir no mercado e alcançar mais público.

A agência noticiosa citou três fontes ligadas ao assunto, uma decisão que terá sido anunciada numa reunião em finais de fevereiro. Elon Musk negou prontamente a informação, referindo que “a Reuters está a mentir (novamente)”, numa resposta a um post de partilha da notícia. A construção de veículos mais acessíveis estaria planeada para a segunda metade de 2025 na fábrica da Tesla no Texas. A estratégia de Elon Musk era primeiro solidificar o negócio dos modelos de luxo e depois oferecer veículos mais baratos às famílias.

No mesmo artigo, a Reuters salientou que a fabricante iria continuar a desenvolver robotaxis de condução autónoma com base na mesma plataforma do seu veículo pequeno. A decisão terá sido tomada devido à elevada concorrência das fabricantes chinesas que estão a inundar o mercado com veículos elétricos, com modelos que têm um preço de 10 mil dólares.

Veja na galeria imagens do mais recente Model 3:

A fonte disse que a diretiva de Elon Musk era focar-se totalmente no robotaxi, com uma terceira testemunha que confirmou o cancelamento do modelo acessível a salientar a decisão de produção do novo formato, embora em volumes inferiores ao projetado para o Model 2.

Elon Musk sempre foi defensor que os serviços de condução autónoma seriam o futuro da mobilidade, através dos robotaxis. E citado pela Reuters, afirmou que a Tesla, atualmente uma das marcas de automóveis mais valiosas, poderia valer zero sem não alcançasse a capacidade de total condução autónoma. Até agora, apenas nos Estados Unidos e China estão a ser aprovados pelos reguladores as licenças para serviços experimentais nas estradas públicas. Empresas como a Lyft, Cruise e Waymo têm expandindo as suas zonas de testes nos Estados Unidos, mas com constante polémicas de incidentes associadas.

As capacidades do Autopilot dos modelos da Tesla e os seus sistemas de assistência à condução também têm sido polémicas, estando associados a acidentes. Ao assumir a entrada no mercado dos robotaxis, a Tesla terá pela frente os habituais processos de escrutínio para obter as autorizações para circular nas estradas. Processo que outras empresas enfrentam há vários anos.