A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira que o Facebook pode ter prestado declarações com informações "incorretas ou enganosas" no inquérito realizado em torno da compra do WhatsApp em 2014.

Numa comunicação oficial emitida hoje, dia 20 de dezembro, a CE faz esta afirmação "a título preliminar" e dá possibilidade de resposta aos pedidos de esclarecimento adicionais submetidos hoje por Bruxelas, até ao próximo dia 31 de janeiro.

O negócio de aquisição do WhatsApp por parte do Facebook foi concluído em 2014. Os valores envolvidos no negócio rondaram os 17,4 mil milhões de euros.

A confirmar-se a acusação, a rede social habilita-se a pagar uma multa no valor de 174 milhões de euros, 1% do valor pago pela app.

O Facebook torna-se assim na última empresa visada pela União Europeia no âmbito de uma análise ás práticas desleais das tecnológicas que tem sido liderada por Margrethe Vestager. Recentemente, a responsável exigiu à Apple que pagasse 14 mil milhões em impostos à Irlanda e notificou a Google com duas acusações de abuso de posição dominante.

No caso do Facebook, o problema prende-se com uma alteração feita às políticas de privacidade do WhatsApp no passado mês de agosto, quando a aplicação definiu que seriam partilhadas informações relativas a contactos de utilizadores com a rede social, despontando uma série de investigações por parte das autoridades competentes da UE. De acordo com a Comissão, o Facebook declarou, antecedendo a aquisição da aplicação, que seria impossível 

combinar as contas dos utilizadores presentes em ambos os serviços. Entretanto, a intenção foi suspensa.

"Na declaração de objeções de hoje, a Comissão considera, a título preliminar que, contrariamente ao declarado e respondido pelo Facebook durante a entrevista de aquisição, as possibilidades técnicas de combinar automaticamente as identidades dos utilizadores do Facebook com as identidades dos utilizadores do WhatsApp já existia em 2014", escreve o órgão em comunicado.

Em resposta, uma porta-voz do Facebook fez saber que a rede social "respeita os processos da Comissão e está confiante que uma análise integral dos factos acabará por confirmar que o Facebook agiu de boa fé".