Depois de acusada pelo governo norte-americano por discriminar mulheres através do pagamento de salários inferiores aos dos seus colegas do sexo masculino, a Google publicou esta terça-feira uma nota onde se diz "surpreendida" pelo processo que lhe foi instaurado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos da América (DoL) especialmente depois da agência não ter sustentado as acusações com quaisquer dados.

Num estudo publicado esta segunda-feira pela tecnológica, e que a mesma caracteriza como sendo "extremamente científico e robusto", a empresa contraria a afirmação de que existe um fosso que separa os salários das mulheres e dos homens que ali trabalham. O nível de confiança deste estudo, escreve a Google, é superior a 95%.

Apesar do DoL estar envolvido neste processo, a acusação foi específicamente feita pelo Gabinete dos Programas Federais de Conformidade de Contratos (OFCCP) depois da gigante de Mountain View ter-se recusado a fornecer registos de empregabilidade a esta entidade por considerar que a cedência destes documentos "invadia a privacidade dos seus colaboradores".

O contraditório é agora estabelecido pela tecnológica norte-americana com esta análise feita com base em "metodologias disponíveis para outras empresas que queriam testar as suas próprias práticas compensatórias no âmbito da igualdade salarial". Na prática, o estudo compara trabalhadores com o mesmo posto de trabalho e localização e analisa o seu salário base, bónus, e nível de performance. Se os resultados revelarem que os homens ou as mulheres, enquanto grupo, recebem "estatisticamente menos", os gerentes são solicitados a "fazer ajustes aos ordenados do grupo afetado" colocando-os em linha com a média. Nas 52 posições analisadas no final de 2016, a Google diz não ter encontrado qualquer diferença salarial entre géneros.

Ao The Guardian, a OFCCP declarou ter "provas convincentes de discriminação muito significativa contra as mulheres nos postos de trabalho mais comuns na sede da Google".